Agosto Lilás: balanço aponta que funcionalismo não possui canais centralizados para denúncias de assédio moral e sexual, o que dificulta procura das vítimas

Neste mês que se celebra o Agosto Lilás, campanha de conscientização da violência contra as mulheres, pesquisa divulgada pela Folha de SP mostra que o funcionalismo público federal possui falhas em suas diretrizes para denúncias específicas de assédios moral e sexual. Não há registro de um canal centralizado para o assunto, e, para estes casos, o tratamento com as vítimas precisa ser diferenciado. 

Empresas, instituições e organizações devem trabalhar em políticas internas para que as impunidades não ocorram de forma silenciosa. De acordo com levantamento realizado pela BBC, são 11 motivos que levam as mulheres a deixar de denunciar casos de assédio e violência sexual, entre eles estão:

  • A vítima pode não identificar que sofreram de fato um assédio;
  • Por se tratar muitas vezes de um testemunho, a possibilidade de que as pessoas não acreditem nela;
  • Em casos de ameaça, o medo do assediador;
  • Há também os sentimentos de vergonha e culpa, além da culpabilização externa;
  • A denuncia pode não ser registrada  também por medo de reviver a experiência ou correr riscos de perder o emprego;
  • Dificuldades para denunciar/reportar e medo da violência institucional; 
  • Medo de enfrentar processo e “não dar em nada“;
  • Crimes são tratados como um problema entre homem e mulher, não como problema da sociedade ou institucional.

Denunciar algum tipo de violência exige coragem e, diante das dificuldades listadas, é preciso garantir que a vítima tenha todo o apoio necessário durante e após o processo. Além de serem criadas políticas preventivas para que o assédio seja extinguido e devidamente punido. O serviço público é essencial a população, assim como o bem-estar de quem o entrega.

Foto: @frenteservicopublico