Aida Maia: “Neste momento nos resta muita luta e unidade entre as categorias”

Durante a entrevista, a Coordenadora Geral da ASSUFBA, Aida Maia, falou sobre os perigos dos ataques do governo Bolsonaro à educação pública. 

ASSUFBA: Sob o ponto de vista dos Técnico-Administrativos em Educação da UFRB, quais são os impactos dos cortes orçamentários feito pelo governo federal?

Aida Maia: Para a UFRB, que é uma universidade em consolidação, o impacto é crucial, pois atinge diretamente as verbas de custeio que são cruciais para o funcionamento da instituição. É com esse valor que são paga as contas de consumo de água, energia, telefonia fixa e móvel, empresas que prestam serviços de limpeza, vigilância, portaria, manutenção predial, motoristas, copeiras, jardinagem e recepcionistas, além de contratos de alugueis de imóveis. Os cortes na verba de investimento atingem diretamente as obras de pavilhões de aulas, laboratórios e unidades administrativas. Falando nas IFES, estamos no memento extremamente adverso e sem perspectivas de avanços. Assim como o governo Temer, Bolsonaro mantém o posicionamento contra a educação. O setor já sofre com o congelamento de recursos em função da EC 95. A educação brasileira vive momentos preocupantes. 

ASSUFBA: Recentemente, o governo federal desrespeitou o resultado da consulta para escolha da Reitoria da UFRB, indicando o terceiro colocado da lista tríplice para reitor. Como os servidores avaliam esta atitude?

Aida Maia: Um atitude desrespeitosa, antidemocrática e abusiva. A comunidade acadêmica escolheu por ampla maioria o  seu candidato. Por isso, não aceita essa medida autoritária. É um governo que fere a autonomia universitária. 

ASSUFBA: Sobre o Future-se, de que forma a UFRB corre risco?

Aida Maia: Não só a UFRB como todas as IFES brasileiras. É simplesmente a porta aberta para a privatização. O programa não foi pensado como instrumento capaz de ampliar o ensino gratuito, público e de excelência e sim um produto que só visa lucros.

ASSUFBA: Qual a saída para os ataques feitos pelo governo aos servidores e às universidades federais?

Aida Maia: Neste momento nos resta muita luta de classe e unidade das categorias, pois encontra-se em jogo o nosso emprego e o ensino público e gratuito para todos.