Apesar da renovação, Câmara Federal é ainda mais conservadora

Nas eleições de 2018, houve a maior renovação da Câmara Federal em 24 anos, os novos eleitos representam 53,4% da composição da Casa.  A última mudança significativa aconteceu de 1990 para 1994, depois desse período a mudança dos quadros ficou abaixo dos 50%.

O preocupante dessa mudança é a associação a influência do candidato a presidência ultraconservador Jair Bolsonaro e a expressiva votação do PSL, que saiu de 8 para 52 cadeiras. O partido agora tem a segunda maior bancada do Congresso Nacioanl, que também firmou apoio e conseguiu disparadas nas candidaturas de políticos de partidos de direita e ultraconservadores.

São 274 novos nomes que serão empossados pela primeira vez no dia 1º de janeiro de 2019. Em 2014, o percentual de renovação foi de 46,7% e em 2010, de 44,25%.

O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) avalia que o aumento da bancada do PSL e número de parlamentares de outros partidos localizadas à direita fará a Câmara mais conservadora que a legislatura atual.

As bancadas BBB, da bala (parlamentares representantes das forças policiais e militares), do boi (aqueles que fazem parte do setor ruralista) e da bíblia (que representa evangélicos e igrejas) tendem a predominar nos próximos quatro anos, o que pode comprometer decisões do campo mais progressista do parlamento.

No Senado, a renovação foi ainda mais profunda. Dos 32 parlamentares que já exerciam mandatos e se candidataram, apenas oito conseguiram se reeleger.