Após vazamento de substância no Instituto de Química da UFBA, ASSUFBA chama atenção para importância dos adicionais ocupacionais

Logo que tomou conhecimento do vazamento da substância pentanotiol, ocorrido na manhã desta terça-feira (09/04), no laboratório no quinto andar do Instituto de Química da UFBA, localizado no campus de Ondina, a ASSUFBA esteve no local para averiguar os fatos e tomar ciência da segurança dos Técnico-Administrativos em Educação e demais atores da comunidade acadêmica.

De acordo com o diretor do Instituto, Dirceu Martins, o prédio foi evacuado logo em seguida e não houve feridos. Apenas uma funcionária de uma empresa terceirizada, da área da limpeza, se queixou de irritação na pele e foi encaminhada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) dos Barris, mas já foi liberada.

Além disso, a SUMAI (Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura) acionou o Corpo de Bombeiros de Salvador para inspecionar o local.

O químico e professor da UFBA, Maurício Victor, explicou à ASSUFBA que o pentanotiol estava acondicionado em um frasco, com no máximo 50 ml da substância, dentro de um ultrafreezer.

O professor informou que havia solicitado a transferência do ultrafreezer do primeiro andar para o quinto. Porém segundo ele, nesta segunda-feira (08/04), foi surpreendido pela mudança, que ocorreu sem o seu acompanhamento.

No laboratório, Maurício Victor solicitou que a funcionária fizesse a limpeza da parte de fora do ultrafreezer e, ao abrir, sentiu o odor e percebeu que houve o vazamento. “Ela estava no laboratório junto comigo. Ela não encostou em absolutamente nada. Quando você abre a porta do freezer, aquilo ali está saturado de vapor, que é mais denso do que o ar. A funcionária, certamente, teve uma reação alérgica ao vapor, o que não aconteceu, por exemplo, comigo, que passei duas horas dentro da sala”, disse o professor, que ajudou a fazer a limpeza da substância no local.

Suspensão dos adicionais ocupacionais

O vazamento da substância ocorre justamente pouco tempo depois que muitos servidores tiveram os adicionais ocupacionais suspensos pela UFBA no mês de janeiro. Vale lembrar que a ASSUFBA tomou uma série de iniciativas para resolver a situação.

Questionado, o diretor do Instituto de Química, Dirceu Martins, afirmou que os adicionais são fundamentais. “Eu espero que este acontecimento mostre para as Engenheiras de Segurança do Trabalho, que fizeram avaliação aqui, que o Instituto de Química, no mínimo, precisa ter o adicional de periculosidade, já que a insalubridade é um pouco mais complicada pela necessidade de medição”.

Para o diretor, “a periculosidade no instituto é inerente. Já houve incêndio e vazamento de bromo no almoxarifado. Você tem aqui substâncias acondicionadas. Eu já falei isso no Conselho Universitário algumas vezes, inclusive, na última reunião. As engenheiras precisarão ter um cuidado maior com a definição do que é periculosidade. Não pode ser considerada apenas em um ambiente confinado”.

A Equipe de Engenharia de Segurança do Trabalho do SMURB esteve no local. Perguntada se o ocorrido reforça a necessidade dos adicionais de insalubridade e periculosidade para os trabalhadores do Instituto de Química, a engenheira informou apenas que “Não. Não fiz análise de risco e uma coisa não tem nada a ver com a outra”.