Bolsonaro revela que estratégia para aprovação da reforma da previdência poderá ser o fatiamento em fases diferentes

O presidente eleito Jair Bolsonaro revelou em coletiva que a estratégia utilizada pelo novo governo para aprovar a reforma da Previdência poderá ser a do fatiamento em fases diferentes para aprovação. A tendência seria começar pela idade mínima.

Bolsonaro ainda alegou que não adianta ter uma “proposta ideal” para o projeto ficar na Câmara ou no Senado e que o déficit da Previdência é realmente uma realidade. Ele afirmou que a proposta do atual governo da idade mínima para aposentadoria de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres  deve ser mantida.

Sobre a reforma trabalhista, Bolsonaro e equipe estudam aprofundar as alterações que flexibilizaram direitos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O presidente eleito reafirmou a máxima do período eleitoral, que o brasileiro terá de escolher entre direitos ou trabalho.

“Agora, não basta você ter só direitos e não ter emprego, esse é o grande problema que existe. (…) A própria reforma trabalhista, a última que eu votei favorável, já tivemos algum reflexo positivo: o número de ações trabalhistas praticamente diminuiu à metade. E hoje em dia continua sendo muito difícil ser patrão no Brasil, não há dúvida”, afirmou.

A extinção do Ministério do Trabalho foi comentada por Bolsonaro também. Segundo o presidente, a pasta do Trabalho representa recordações que não fazem bem à sociedade brasileira. “Ali funcionava como um sindicato do trabalho e não como Ministério do Trabalho. Nenhum trabalhador vai perder seus direitos, até porque todos estão garantidos no Artigo 7 da Constituição”.

Jair Bolsonaro esqueceu de mencionar a perda dos direitos históricos garantidos pela CLT (Consolidação dos Direitos Trabalhistas) na reforma trabalhista, sob a perspectiva de modernizar o mercado de trabalho brasileiro, mas promovendo a precarização do mundo do trabalho no país. Bolsonaro ainda diz que é muito difícil ser patrão no Brasil. O peso de ser trabalhador sem direitos em um país em crise parece não ser relevante para o futuro presidente.