Centrais sindicais e diversos partidos repudiam fala de Eduardo Bolsonaro; deputado defendeu “novo AI-5”

Em vídeo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente autoritário Jair Bolsonaro (PSL), acenou o retorno do AI-5, ao falar sobre repressão à esquerda em caso de possíveis manifestações contra o governo do pai. Partidos e entidades repudiam o discurso de ódio do parlamentar.
“Se a esquerda radicalizar a esse ponto, vai precisar de uma resposta. E essa resposta pode ser via um novo AI-5”, disse o deputado. Em defesa da democracia, presidentes de diversos sindicatos do país lançaram nota contra a fala do parlamentar.

Centrais sindicais se reuniram e lançaram nota em que criticam o posicionamento do filho do presidente, nesta quinta-feira (31/10), e foi assinada pelos presidentes da CTB, CUT, Força Sindical, UGT, CSB, NCST, Intersindical, CSP-Conlutas e Intersindical. A fala do deputado diz respeito aos movimentos sociais, que ao longo do ano vêm realizando diversos atos em prol da educação, saúde, meio ambiente e outros. Caso esses movimentos sigam o exemplo do povo chileno, o deputado defende a medida como solução. Veja trecho da nota abaixo:

A fala covarde e irresponsável do filho do Presidente da República é mais uma “cortina de fumaça” utilizada para tentar abafar as relações nada republicanas da família Bolsonaro com as milícias.

Diversos partidos, inclusive o PSL, do próprio Eduardo Bolsonaro, se pronunciaram contrários ao posicionamento e criticaram em defesa da liberdade política e de expressão. O Ato Inconstitucional n°5 foi o momento mais duro do período da ditadura militar no país, iniciada em 1964 com um golpe militar, em que dava poder de exceção aos governantes para terem a liberdade de punirem como quiserem aqueles que fossem considerados inimigos da ditadura. Baixado em 1968, o AI-5 produziu diversas ações arbitrárias que perpetuam até hoje.

 

Leia na íntegra a nota das centrais sindicais aqui.