Consuni sobre Ebserh revela divergências

O Conselho Universitário da UFBA realizou Reunião Extraordinária na reitoria da instituição, na tarde do dia 18 (terça), tendo como pauta a apresentação do Relatório da Comissão sobre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Os conselheiros fizeram um amplo debate sobre a adesão à empresa e as consequências para o futuro da MCO e do HUPES. O modelo de gestão já conta com várias moções de repúdio de diferentes entidades em todo o país.

Conselheiros da UFBA discutem empresa que tem sido alvo de moções de repúdio Foto: Américo Barros

De acordo com a professora da UFBA, Lorene Louise Silva Pinto, responsável por apresentar o relatório, alguns questionamentos feitos pela ASSUFBA Sindicato foram incorporados ao trabalho. A apresentação dos gestores das unidades hospitalares apontou a necessidade de resolução do financiamento e da terceirização. Segundo a diretora da Maternidade Climério de Oliveira, Mônica Neri, existe uma resistência e inquietação muito grandes na unidade em relação ao que vai acontecer a partir da adesão ou não à Ebserh.

A coordenadora de Comunicação da ASSUFBA Sindicato e representante dos técnico-administrativos no Consuni, Cássia Maciel, fez questionamentos sobre a “musculatura” da Ebserh, para dar conta dos contratos. “A Ebserh privatiza a gestão. Precisamos de um debate mais amplo, mas a maioria dos conselheiros manteve o silêncio quando questionados sobre a construção de uma proposta alternativa”, ressaltou.

A situação dos trabalhadores terceirizados fundacionais também foi abordada pela conselheira. “Quem pagará o passivo de quase R$10 mi? A contratação não é automática e muitos cargos em atividade hoje pela Fundação não estão previstos no Plano de Cargos da Ebserh”, explicou. Na reunião, foi conquistada a realização de uma Audiência Pública, antes que o tema seja levado à votação, mas ainda não tem data definida.

Responsabilidade – Durante a reunião houve também o questionamento de qual o fundamento de que os HUs fechariam caso não houvesse adesão. “Essa responsabilidade tem que ser do Ministério do Planejamento, que não autoriza concursos. Além disso, não temos resposta sobre quem arcará com o passivo dos trabalhadores contratados via fundação”, argumenta Cássia Maciel.

“As universidades optaram pela proposta mais fácil. A Ebserh deixou claro e de forma violenta que a sua ferramenta é mercadológica. Isso não foi escondido de ninguém. Como conselheiro, não quero assumir essa responsabilidade, aprovar esse absurdo e não defender a universidade”, afirmou o coordenador de Formação Sindical da ASSUFBA, Antônio Bonfim Moreira, que ressaltou a preocupação dos técnico-administrativos com a situação dos HUs nos últimos 20 anos.

ASCOM ASSUFBA Sindicato
19/09/12