‘Democracia falou mais alto. É possível virar o jogo e derrotar o golpe’, diz Adilson Araújo

Brasília, diversas capitais e municípios do Brasil e do mundo foram palco de manifestações em defesa da democracia na última quinta-feira (31). Na capital federal, no dia que marcou os 52 anos do Golpe Militar no país, cerca de 200 mil pessoas marcharam do estádio Mané Garrincha até o Congresso Nacional para protestar contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Os técnico-administrativos das universidades federais da Bahia estiveram presentes no ato, pois a Assufba envio caravana à Brasília.

Na multidão, a pluralidade dos movimentos sociais, entidades sindicais, partidos políticos e um público diverso em idade, gênero, religião, tribo. Foi possível observar no olhar e na voz dos participantes, por meio das palavras de ordem – a mais repetida: “Não vai ter golpe” –  esperança e disposição para lutar contra a tentativa das forças conservadoras de derrubar um governo eleito democraticamente pelo voto. O recado foi dado – se houver impeachment, vai haver luta e resistência.

Os atos, organizados pela Frente Brasil Popular, que integra diversas entidades, como a CTB, e movimentos sociais, ocorreram simultaneamente em várias cidades brasileiras e reuniram cerca de 800 mil pessoas ao todo. A presença de políticos e artistas como Sérgio Mamberti, Leticia Sabatella, Tássia Camargo e Ziraldo reforçou o apoio à luta pela manutenção da democracia duramente conquistada.

As mobilizações ocorridas na quinta demonstraram que a sociedade brasileira, aos poucos, vem percebendo a intenção da grande imprensa em conduzir a opinião pública contra a presidenta. No entanto, mais consciente politicamente, grande parte da população já consegue identificar o caráter manipulador da mídia aliada à direita e pautada pelos interesses dos grandes grupos econômicos. O povo que foi às ruas mostrou reconhecimento aos feitos deste governo que, por meio das políticas sociais, produziu grandes resultados para a melhoria e ascensão dos setores populares.

Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, no dia 31 “a democracia falou mais alto”. Durante discurso no ato, Araújo ressaltou que o Brasil de hoje não é mais aquele País subordinado às imposições do FMI, à ditadura do Império, à fome. Para ele, essa página triste da história brasileira foi virada, graças aos governos Lula e Dilma. O presidente da CTB disse ainda que “o Brasil soube fazer a lição de casa” em meio a uma das maiores crises do capitalismo que atinge a Nação e o mundo.

“Fizemos com que mais de 40 milhões de brasileiros saíssem da linha de pobreza, construímos condições para permitir aos jovens o ingresso às universidades, sobretudo o jovem de escola pública e o negro. Conseguimos virar a página e fazer o povo brasileiro romper barreiras”, declarou.

Na opinião do dirigente da terceira maior central sindical do País, setores da grande mídia e da classe política se esforçam para construir uma narrativa legalista do processo de impeachment da presidenta Dilma, contra a qual não pesa acusação de crime algum, para justificar o golpe. Para Adilson, toda essa crise política atualmente vivida no Brasil foi promovida por uma oposição, composta pela elite, que até hoje não aceitou o resultado das eleições e tenta tomar o poder, custe o que custar.

“Essa elite conservadora, com seu discurso falso moralista, tenta a todo custo enganar os brasileiros. Na verdade, perderam 2014 e anteciparam a batalha da disputa de 2018 porque viram a possibilidade do ex-presidente Lula retornar. Eles querem interromper esse ciclo de desenvolvimento e ganhar no tapetão”, afirmou.

No dia seguinte ao protesto, o cetebista avaliou as manifestações. “Os atos de ontem no Brasil e exterior mostraram a nossa força, vitalidade e nos deram a certeza de que é possível sim virar o jogo e derrotar o golpe. A luta segue, em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas”, pontuou.

 

CTB