Desigualdade mundial: 1% detém riqueza maior do que 6,9 bilhões de pessoas

Segundo a organização não governamental Oxfam, a desigualdade no mundo está em níveis recordes. Atualmente, são 2.153 bilionários espalhados pelo planeta que, juntos, possuem a riqueza correspondente a 60% da população mundial. Ao todo, esse grupo detêm mais riqueza do que 4,6 bilhões de pessoas.

De acordo com o relatório intitulado ‘Tempo de Cuidar – O trabalho de cuidado mal remunerado e não pago e a crise global da desigualdade’, a quantidade de bilionários dobrou na última década, aumentando as estatísticas para o 1% mais rico do mundo possuir mais que o dobro de riqueza de 6,9 bilhões de pessoas.

Um dos fatores para essa desigualdade, segundo a Oxfam, está entrelaçado a um sistema que não valoriza o trabalho de mulheres a partir dos 15 anos de idade, levando os homens a deterem 50% a mais de riqueza do que elas.

“Mulheres e meninas ao redor do mundo dedicam 12,5 bilhões de horas, todos os dias, ao trabalho de cuidado não remunerado – uma contribuição de pelo menos US$ 10,8 trilhões por ano à economia global, mais de três vezes o valor da indústria de tecnologia do mundo”, declarou a Oxfam.

Outra problemática diz respeito às cobranças de impostos pelos governos no mundo. Segundo o documento, é cobrado alíquotas fiscais mais baixas dos mais ricos e das grandes corporações. “Abandonando a opção de levantar os recursos necessários para reduzir a pobreza e as desigualdades”, expressou o documento.

A conta para começar a diminuir a desigualdade é simples. Se o 1% mais rico do mundo pagasse uma taxa extra de 0,5% sobre sua riqueza nos próximos 10 anos, seria possível criar 117 milhões de empregos em educação, saúde e de cuidado para idosos.