Dieese aponta os riscos do salário mínimo sem aumento real

Diante do retrocesso do Congresso Nacional em aprovar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020, que ratifica o fim da política de valorização do salário mínimo, que ficará sem aumento real (acima da inflação), o diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Clemente Ganz Lúcio, em entrevista para à Rádio Brasil Atual, cobrou uma mobilização do movimento sindical. 

Clemente cobrou dos movimentos sindicais, mobilizações para garantir a renovação da política de valorização do salário mínimo, estabelecida no período do governo Lula. Isso porque o aumento real do salario mínimo foi uma vitória conquista pelas centrais sindicais que vem sendo aplicada desde 2004.

“Em 1º de janeiro de 2020, o salário mínimo terá um valor talvez inferior a R$ 1.039,00″, relata o diretor técnico. Ele explica que desde que Bolsonaro assumiu o mandato, sua equipe sinaliza o rompimento com a política de valorização, o que pode representar um enorme risco aos trabalhadores.

De acordo com o Dieese, hoje, sem esse reajuste, o salário mínimo seria de apenas R$ 573 ante os R$ 998. 

Clemente considera a única aposta para impedir que a LDO seja sancionada, como prevê o governo, é que, neste momento de ataque, o movimento sindical se articule.

“Porque há no Congresso um projeto de lei (PL 605/2019), para a manutenção da política de valorização do salário mínimo para o período de 2020 a 2023”, explica o diretor técnico do Dieese.