Dívida pode fechar o Aristides Maltez

Carnaval passou e quem está sofrendo com a ressaca é o Hospital Aristides Maltez, único especializado em câncer da Bahia. A grave crise acontece em função de uma dívida de mais de R$ 13 milhões que a Prefeitura Municipal de Salvador não consegue honrar e a situação chegou a tal ponto que se não receber esse dinheiro nos próximos 30 dias, o hospital pode até ter que suspender o atendimento à população.

O médico Aristides Maltez Filho, presidente da Liga Bahiana Contra o Câncer disse que o HAM vive momentos difíceis e afirmou que o hospital tenta negociar com a prefeitura para receber esta dívida absurda há muito tempo.

“O nosso relacionamento com a Secretaria Municipal de Saúde é o mais destoante possível, chega a beira do escândalo. Nós estamos com um débito acumulado superior a R$ 13 milhões e não temos de onde tirar para continuar atendendo a população carente da Bahia”, afirmou.

O médico desabafou afirmando que o caso é tão grave que o hospital pode fechar as portas. “Dentro de 20 a 25 dias o hospital pode fechar as portas por falta de dinheiro para medicamentos, material cirúrgico e o pagamento dos seus funcionários. Se o hospital fechar, essas pessoas terão que ir diretamente ao gabinete do prefeito para buscar soluções”.

atendimento – O Hospital Aristides Maltez, atende 100 por cento pacientes SUS e completou 60 anos no último dia 2 de fevereiro. Só no ano passado atendeu doentes de 397 municípios baianos. Trata-se do mais antigo hospital de câncer do país, o único que nunca fechou suas portas e diariamente são atendidas 3 mil pessoas nos seus ambulatórios. Em 2011 realizou 9.267 cirurgias, registrou o internamento de 11.599 pacientes, além de ter feito 169.520 aplicações de radioterapia e 21.717 de quimioterapia.

A decisão de interromper o atendimento por falta de recursos já está em discussão na diretoria, mas a decisão final será tomada pelo Conselho Deliberativo que será convocado em breve. O clima entre funcionários e pacientes é de apreensão.

A dívida acumulada é em função do somatório de resíduos que a Secretaria de Saúde deixou de pagar de janeiro a dezembro de 2011 e ainda a quantia de ajustes da produção de abril a julho de 2010. O médico Aristides Maltez Filho diz que a situação realmente está ficando insustentável e não existe a mínimas condições do hospital continuar atendendo a população.

Fonte: Tribuna da Bahia