“É preciso fazer o debate político para barrar os ataques do governo”, diz Marcos Verlaine em palestra na ASSUFBA

O posicionamento de Bolsonaro de impor um pacote de austeridade fiscal representa a destruição do Estado brasileiro. Esta é a opinião do jornalista, analista político e assessor parlamentar do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), Marcos Verlaine. Ele falou sobre a conjuntura e as Reformas Administrativas e Sindical, durante debate promovido pela ASSUFBA, nesta quinta-feira (07/11).

Segundo Marcos Verlaine, para tentar convencer a opinião pública da necessidade das reformas, o governo utiliza como pano de fundo a crise econômica e financeira do Estado. Mas, para ele, o problema do Brasil não é a falta de dinheiro. O que o governo precisa fazer é taxar as grandes fortunas e acabar com a isenção fiscal.

 

 

Como saída, ele acredita que o movimento sindical precisa se unificar, ser mais ágil e eficaz. “Não é o debate ideológico que vai fazer a gente superar essa agenda. É o debate político. Hoje, nossa tarefa aqui é apreender o máximo de informações úteis para fazer esta discussão”.

O governo propõe, entre outros prejuízos, reduzir a jornada de trabalho com diminuição salarial, mexer na estabilidade de novos servidores e nas carreiras dos mais antigos. Também ataca a organização sindical.

Verlaine ressalta que se essas medidas forem empreendidas, o Brasil vai demorar, pelo menos, 100 anos para se recuperar. Por isso, ele conclama o movimento sindical a fazer o debate com a sociedade. “O governo vê o servidor público como algo a ser extirpado. É um inimigo. Por isso, se não conseguirmos evitar os danos, temos de trabalhar para minorá-los”.

Opinião reforçada pelo Coordenador Geral da ASSUFBA, Renato Jorge, que enfatizou a necessidade de resistência da categoria para conter os sucessivos ataques do governo à educação e aos serviços públicos.

 

 

Renato lembrou ainda a importância da realização do debate, que foi transmitido ao vivo pelo Sindicato, dando a oportunidade de servidores da UFRB, UFOB, UNILAB e UFSB também acompanharem as discussões. Munir a categoria de informações é a melhor forma de organizar a resistência.

Presente no debate, a Coordenadora de Formação Sindical do Sindicato, Adelmária Ione, exclamou que “nós estamos com a nossa carreira ameaçada. É o momento de mostrar a nossa força, a nossa capacidade de reação”.

 

 

No mesmo sentido, a Coordenadora de Políticas Sociais e Anti-Racistas da ASSUFBA e membro da FASUBRA, Lucimara da Cruz, afirmou que a categoria tem “ânimo para o combate”, lembrando a necessidade de os técnicos se unirem e buscarem a resolução dos problemas coletivamente.  

 

 

O Coordenador de Comunicação da ASSUFBA, Antonio Bomfim Moreira, disse que os servidores devem pressionar a bancada baiana no Congresso Nacional a fim de evitar que seja colocado em prática “esse pacote nefasto, que atinge os servidores do Executivo, mas, de certa forma, privilegia o funcionários públicos do Legislativo e do Judiciário”.

 

Ao final da exposição, o microfone foi aberto para que todos pudessem fazer perguntas. As dúvidas foram esclarecidas pelo analista político Marcos Verlaine.