Em ato no COM-Hupes, ASSUFBA cobra segurança na UFBA

A ASSUFBA e os Técnico-Administrativos em Educação da UFBA realizaram, na sexta-feira (13/07),  um Ato Público no Hospital Universitário Professor Edgard Santos, contra a violência e por melhorias das condições de segurança na Universidade Federal da Bahia. O protesto aconteceu na mesma semana em que uma servidora foi vítima de sequestro no COM-Hupes.

O Coordenador Geral da ASSUFBA, Renato Jorge, ressaltou que não se pode justificar os atos de violência dentro do ambiente da Universidade com redução no orçamento. “O número de assaltos vem aumentando, principalmente à noite, quando o trabalhador está mais fragilizado devido às condições de segurança. Há um corte orçamentário que nos impõe questões emergenciais. É preciso criar estratégias para o combate à criminalidade na UFBA”.

A conjuntura que o país enfrenta foi lembrada pelos servidores, mas com o entendimento coletivo de que as medidas do governo federal, como a EC-95, não podem ser utilizadas como álibi. A Coordenação de Saúde do Trabalhador do Sindicato, Almira do Rosário, destacou que por conta da situação política e econômica do Brasil não se pode esquecer dos problemas locais e dificuldades enfrentadas. “Houve um corte de 60% da segurança e o acréscimo de apenas um funcionário. Um absurdo!”, exclamou.

A Coordenadora de Políticas Sociais e Anti-Racistas, Eliete Golçalves, lembrou que é preciso atenção especial aos trabalhadores da Universidade “Eles precisam estar atentos aos nossos corpos”.

A segurança na UFBA é pauta antiga da ASSUFBA. A Coordenadora de Políticas Sociais e Anti-Racistas do Sindicato e diretora da FASUBRA, Lucimara da Cruz, afirmou que as mulheres não podem ficar expostas a situações de vulnerabilidade. “Temos de definir que tipo de segurança a gente quer na universidade. Não queremos uma segurança policialesca. Fala-se em segurança patrimonial, mas e nós? E as pessoas que compõem a instituição, como elas ficam?”, indagou.

O superintendente do Hupes, Dr. Antônio Carlos Lemos, esteve presente no ato e destacou que os cortes orçamentários afetam o hospital como um todo, não apenas no quesito segurança. Até no que tange a higiene, para evitar infecções generalizadas, a administração do Hupes tem utilizado maneiras alternativas em virtude da ausência de efetivo suficiente para cumprir as demandas.

O microfone aberto possibilitou aos servidores dizerem que não ficarão de braços cruzados no que se refere à situação da segurança da UFBA. “Mais uma mulher é vítima de violência, estamos vivendo dias de violência contra a universidade. Precisamos conceber juntos qual o modelo de segurança que nós precisamos e queremos”, enfatizou o Coordenador de Comunicação da ASSUFBA, Antônio Bomfim Moreira.

O Coordenador de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Paulo Vaz, reforçou o posicionamento da ASSUFBA de que acabar com a segurança universitária como era constituída foi um erro. “Colocar empresa terceirizada para cuidar do patrimônio público é um equívoco. Ficamos à mercê do tipo de contrato estabelecido”.

“Não vamos ficar calados na “dor do gemido calado”, reforçou o Coordenador de Formação Sindical, Valmiro dos Santos, fazendo referência a Raimundo Sodré em sua música A Massa. “Vamos dizer que não aceitamos o que está acontecendo. Os cortes refletem em não poder contratar. Mas esse é o papel do Sindicato, lutar pelos trabalhadores”.

No momento da movimentação, foi proposta pela ASSUFBA a formação de uma comissão para discutir a seguridade da comunidade UFBA com as representações de trabalhadores e estudantes.