Em Dia do Basta, servidores da UFBA protestam em defesa das universidades, dos serviços públicos e do país

No início da manhã desta sexta-feira (10/08), a frente do Mercado Modelo, no Comércio, Salvador, já estava tomada pelos servidores da UFBA, que se juntaram a outras categorias, na concentração do Dia do Basta. O ato, orientado pelas centrais sindicais e pela FASUBRA, foi uma grande oportunidade de diálogo com a sociedade sobre a agenda regressiva imposta pelo governo neoliberal de Temer. A ASSUFBA, inclusive, distribuiu uma carta aberta à população, com os eixos da luta.

Os trabalhadores seguiram em passeata pela rua Miguel Calmon e fizeram parada no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região. Lá, denunciaram a reforma trabalhista, que impôs perdas de direitos e retrocessos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Durante todo o percurso, os manifestantes engrossaram o coro contra a política de austeridade, que resulta em desemprego, em números alarmantes, alta nos preços do gás de cozinha e combustíveis, privatizações e cortes orçamentários em áreas fundamentais para o desenvolvimento do país.

O Coordenador Geral da ASSUFBA, Renato Jorge, lembrou que nesta sexta-feira (10/08), os Técnico-Administrativos em Educação das Universidades Federais da Bahia fazem mobilizações por todo o Estado. “Estamos nas ruas, junto com o movimento sindical, para pedir um basta na corrupção, privatizações e cortes dos recursos das universidades, que impactam diretamente da nossa categoria”.

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Quem fez questão de sair de São Francisco do Conde para participar do protesto em Salvador foi a Coordenadora do Sindicato, Adelmária Ione. “Todos os atores sociais sofrem o impacto dos cortes do governo. Eu, como representante dos servidores da Unilab, não podia ficar de fora deste importante ato do Dia do Basta. Nós não vamos abrir mão do direito da luta. Estamos dizendo um basta a esse governo que está atacando a ciência. Vamos resistir até o último momento”.

Na UFBA há 32 anos, a servidora Eliete Ferreira, da Faculdade de Educação, viu a Universidade Federal da Bahia se consolidar. Mas, diante das investidas do governo, o cenário é preocupante.  “No passado, lutamos muito para que a democracia se estabelecesse nas universidades. Estou prestes a me aposentar e gostaria de deixar uma universidade além das fronteiras. Infelizmente, no momento, o que vemos é um recolhimento e não uma expansão”.

Os ataques às universidades são motivo de preocupação permanente na categoria. A técnica da Faced, Cristina Spínola, confirma. “Há um esvaziamento do serviço público e a consequente caída da qualidade. Precisamos estar atentos aos cortes orçamentários e entender a importância do serviço público para a sociedade. Com medo da reforma da Previdência, por exemplo, vários servidores se aposentaram apressadamente”.

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Coordenadora da ASSUFBA, Eliete Gonçalves, reforçou que o Sindicato tem feito um trabalho constante de enfrentamento à conjuntura. “Viemos dar uma basta às privatizações nos hospitais universitários e às terceirizações. Lutamos pela reposição do quadro de pessoal, com novos concursos e por mais pesquisa e extensão, que são fundamentais para uma formação acadêmica de qualidade”.

Outra bandeira levantada pela entidade é a flexibilização da jornada de trabalho. “Nós, servidores Técnico-Administrativos em Educação, estamos lutando pelos Turnos Contínuos, não só como mecanismo de melhora para a atividade do servidor, como também de modernização administrativa, importante para instituição, que precisa avançar”.

A passeata seguiu com parada na frente da Previdência Social, ameaçada pelo governo Temer, que tenta empurrar a reforma da Previdência, medida que na prática inviabiliza a aposentadora. O Coordenador da ASSUFBA, Francisco Vilares, lembrou que a pauta dos servidores inclui a revogação da reforma trabalhista, que reduziu e flexibilizou direitos, e da Emenda Constitucional 95, que congelou por 20 anos os gastos e investimentos públicos, sacrificando a saúde, a educação, a ciência, a infraestrutura e o desenvolvimento nacional.