Festa e luta marcam o “Dois de Julho” dos servidores da UFBA e UFRB

Em greve há duas semanas, os servidores técnico-administrativos da UFBA e da UFRB realizaram um grande ato durante as comemorações dos 189 anos da Independência da Bahia, nesta segunda (2). Através de faixas e pirulitos, a categoria levou à população sua pauta de reivindicações e desfilou com muita irreverência, para cobrar melhores condições de trabalho e de salário.

Foto: Américo Barros

Entre as ladeiras e praças, os cidadãos baianos refizeram o caminho da Independência, protestando contra o governo. As principais manifestações vieram de alunos e professores da rede pública estadual, que estão em greve há 83 dias.

“Um momento cívico como esse é a oportunidade de mostrar que a educação passa por equívocos por parte do governo. Estamos com o pior salário, com as universidades defasadas, hospitais universitários sendo privatizados. A situação precisa ser revista. A greve continua e nós vamos ter vitória, porque a educação tem que estar em primeiro lugar”, afirma o coordenador jurídico da ASSUFBA, Paulo Vaz.

Para o servidor da UFBA Renato Jorge Pinto, os trabalhadores da UFBA vêm ao Dois de Julho buscar uma política salarial mais justa e a melhoria dos serviços dispensados à população. “Essa é uma festa importante por comemorar a independência, mas a verdadeira independência só vem com qualidade da educação, salários dignos para os trabalhadores das universidades. Não adianta um país desenvolvido que não prioriza a educação e a saúde. Que o governo possa abrir negociação”.

De acordo com o coordenador de Formação Sindical da ASSUFBA, Atonio Bomfim Moreira, a participação dos técnico-administrativos no Dois de Julho segue decisão do Comando Local de Greve. “Infelizmente, muita gente tem participado das reuniões do comando, refletido sobre a greve, mas hoje não está aqui. Já somos 57 universidades paradas em todo o país e esperamos que o governo se sensibilize para nos retirar da condição de pior salário do serviço público. O servidor unido jamais será vencido!”, ressalta o dirigente.

Foto: Américo Barros

O cortejo, que seguiu do Largo da Lapinha em direção ao Campo Grande, contou com a participação de representantes políticos e sindicais, além de diversos movimentos sociais e representantes de tribos indígenas.

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB) ressaltou a luta dos heróis da Independência. “O Dois de Julho é o grito de liberdade. É um marco na luta e na história do povo da Bahia. Que a nossa história seja reconhecida e conste nos livros de História do Brasil”. Já o presidente da CTB-BA, Adilson Araújo, a greve dos servidores está em sintonia com o ambiente político de maior alcance das lutas sociais. “As greves refletem o momento que o país vive, sobretudo, por considerar que o Brasil é a sexta maior economia mundial. Os trabalhadores entendem que essa é a hora de buscar melhorias”, defende.

03/07/2012

Ascom ASSUFBA Sindicato