Forças Armadas reservam vagas para militares e deixam 85% de leitos ociosos sem atender civis

Após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), as Forças Armadas divulgaram os dados sobre a ocupação de leitos para pacientes com Covid-19 nos hospitais militares. Esta é a primeira vez que a entidade divulga essa informação durante a pandemia. Mesmo mantidos com dinheiro público, os hospitais bloquearam leitos à espera de militares, deixando até 85% de vagas ociosas.

De acordo com a planilha divulgada pelas Forças Armadas, os leitos foram reservados para militares em enfermarias e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Ainda segundo o documento, há unidades com até 85% de vagas ociosas e elas não são abertas a pacientes civis.

Auditores do TCU investigam possíveis irregularidades por parte do Ministério da Defesa, Exército, Aeronáutica e Marinha. Eles buscam informações sobre o que levou essas instituições a não ofertaram a civis leitos destinados a pacientes com Covid-19 em unidades militares de saúde. Apenas em 2020, essas unidades consumiram pelo menos R$ 2 bilhões do Orçamento da União, apontou uma auditoria do tribunal.