Fórum discute modelo de educação

Salvador será sede, de 26 a 28 de junho, da primeira edição do “Fórum Educação em Primeiro Lugar”que reunirá 1200 diretores, especialistas, lideranças nacionais e internacionais na área da educação para discutir iniciativas educacionais que atendam às necessidades e desafios deste novo século.

O painel de abertura do Fórum, no TCA, contará com as presenças de Arun Gandhi, neto de Mahatma Gandhi e fundador do Gandhi Wordwide Education Institute, do senador Cristovam Buarque e da socióloga Maria Alice Setubal.

Na abertura cerimonial do Fórum, no TCA, será realizada uma apresentação de arte-ciência e Edutretenimento (educação através do entretenimento) e um show-case de empreendedorismo social. Estas apresentações permanecerão o Fórum mostrando estes novos conceitos que já aparecem como proposta de conteúdo transversal pelo MEC.

Promovido pela Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult) de Salvador, o Fórum tem uma proposta propositiva, convergente, e terá como tema “A Renascença da Educação no Séc. XXI: o que transmitir a quem transmitir e como transmitir?”

O Fórum propõe repensar o sistema educacional, papel do educador, da escola e dos meios e modos de educar. Para o titular da Secult, João Carlos Bacelar, o fórum vai evidenciar a necessidade de colocar a educação em primeiro lugar na agenda dos gestores públicos e da sociedade brasileira. “Como assegurar o pleno desenvolvimento de uma nação sem considerar o modelo de educação?”, pergunta.

De acordo com o secretário, o maior desafio do Brasil nos dias atuais é a mão de obra qualificada, mas não há uma estratégia nacional, conhecida por todos, para enfrentar o problema. “Precisamos de pessoas qualificadas para construir que tipo de desenvolvimento e qual futuro para as próximas gerações?”, questiona Bacelar.

A mentora do fórum, Emilia Queiroga, vice-presidente da Global Urban Development , cita estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) que apontam que o Brasil está no 12º lugar no índice de suicídio infantil e no 5º lugar no índice de crianças estressadas, nos quais a escola é apontada como lugar onde as crianças desenvolvem a competição predatória, a agressividade, a violência e a preguiça mental. Especialista em educação, Emilia aponta uma overdose de conteúdo oferecido de forma fragmentada, caótica e sem considerar a integridade do ser humano.

Segundo Emilia Queiroga, se a educação e o conhecimento hoje oferecidos fossem suficientes, deveríamos estar vivendo num paraíso. “Nunca tivemos tanta informação disponível nas mais diferentes áreas da atividade humana. O conhecimento pelo conhecimento, sem uma boa base de aplicabilidade, consciência e sabedoria, sem uma visão sistêmica e integrada da realidade não são suficientes para educar uma sociedade verdadeiramente justa e digna para todos, muito menos sustentável”, avalia.

Fonte: Tribuna da Bahia