Grande maioria das universidades federais trabalha com perdas reais de recursos

O governo federal fez o menor repasse de verbas em sete anos para as universidades federais em 2017. Atualmente, 90% das instituições trabalham com perdas reais de recursos com relação ao ano de 2013.

O repasse total garantido pelo Ministério da Educação (MEC) foi reduzido em 28%. O orçamento para gastos obrigatório é muito menor do que nos períodos dos governos petista.

Ao mesmo tempo em que os repasses diminuíram, a recente política de expansão das universidades capitalizada pelo governo federal desde 2008 resultaram na criação de novas instituições (que surgiram da autonomia de campus já existentes até a construção de novas instituições), aumento de vagas e construção de novos campi.

Sobre a expansão de vagas, especificamente, o aumento de matrículas entre 2012 e 2016 foi de 10%, segundo microdados do Censo da Educação Superior. O encolhimento dos recursos feito pelo governo neoliberal de Michel Temer não fecham a conta da política de expansão dos governos Lula e Dilma.

Os serviços terceirizados e os estudantes de baixa renda que recebem algum benefício de permanência são os maiores atingidos pelos cortes. A redução de benefícios não corresponde a Lei Federal de Cotas, de 2014, que obriga as federais a aumentar o número de ingressos de estudantes vindos de escolas públicas e negros, pardos e indígenas.  Na maior parte das instituições, os valores das bolsas de incentivo à permanência estudantil ou foram mantidos no mesmo valor ou tiveram redução. Muitas instituições têm bolsas congeladas desde 2013.

A queda nos investimentos foi sentida pela administração da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), que não pode continuar reformas e obras. Houve uma paralisação da construção de três prédios novos da instituição, além da suspensão da compra de equipamentos para laboratórios e salas de aula.  

Os dados foram coletados pelo portal G1, a partir de um levantamento feito  pela Subsecretaria de Planejamento e Orçamento do MEC.