Lideranças políticas e sindicais prestigiam abertura do 3º Congresso da CTB

abertura1Milhares de delegados e delegadas vindos de todo o país acompanharam com atenção a cerimônia de abertura do 3º Congresso Nacional da CTB, realizada no início da noite desta quinta-feira (22), na cidade de São Paulo. Além de toda a Direção Executiva da Central, participaram do ato diversas lideranças políticas, sociais e do movimento sindical brasileiro.

Roberto Amaral, vice-presidente nacional do PSB, foi o primeiro dos oradores: “Diante da crise atual, os trabalhadores não podem ficar silenciados, pois somos os principais afetados por ela”, afirmou. Orlando Silva, vereador pelo PCdoB, em São Paulo, disse que o Congresso tem papel chave no momento atual. “Quem acordou no mês de junho é muito bem-vindo para continuar nas ruas. A CTB tem o papel de unificar o movimento sindical e os movimentos sociais para garantir mais avanços aos trabalhadores”, disse.

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Alberto Broch, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), também se referiu à atual conjuntura política: “A CTB foi fundada há menos de seis anos, mas já conta com uma expressão muito especial pelo Brasil todo. O momento é oportuno para avançarmos”, afirmou o sindicalista.

Gilmar Mauro, dirigente do MST, disse que o “debate sobre a reforma agrária tem que chegar a toda a sociedade. A CTB faz parte desse esforço”. Virginia Barros, presidenta da UNE, destacou que o “povo foi às ruas porque temos um sistema político limitado”. Já a vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão, ressaltou que o “movimento sindical é fundamental para o novo projeto que estamos construindo para o Brasil”.

Unidade das centrais

Antônio Neto, presidente da CSB, ressaltou a CTB tem compromisso com o povo. “Precisamos reunir nossas prioridades e avançar nas mudanças. Estamos juntos nesta luta!”. Ubiraci Dantas, presidente da CGTB, retomou o tema da crise mundial e mostrou indignação a respeito do momento pelo qual o Brasil passa. “Nosso país não está fadado a ter esse crescimento que estamos vendo”. Para lutar por mudanças, o dirigente convocou a todos a sair às ruas em 30 de agosto, por conta do Dia Nacional de Lutas. “As centrais estarão unidas com suas bandeiras de luta mais uma vez”, completou.

Ricardo Patah, presidente da UGT, fez reconhecimento de políticas históricas da CTB: “Trata-se de uma central que sempre se posicionou contra a terceirização e em defesa da unicidade. A UGT tem orgulho de estar neste 3º Congresso”.

Vagner Freitas, presidente da CUT, afirmou que o Brasil teve muitos avanços nos últimos dez anos, “mas certamente nenhum companheiro aqui está satisfeito com a atual conjuntura”. Em seguida, fez questão de reconhecer o esforço da CTB pela manutenção da unidade das centrais sindicais: “O que nos une é a defesa intransigente da classe operária brasileira”.

Internacionalismo

George Mavrikos, secretário-geral da Federação Sindical Mundial, entidade a que a CTB é filiada, disse ser uma honra para a FSM estar participando do 3º Congresso da CTB. “O papel que a CTB desempenha não é relevante apenas no Brasil, mas em todo o mundo”, disse, para em seguida destacar que “a crise é um momento para repensarmos o papel da classe trabalhadora e do movimento sindical, para obtermos mais conquistas.”

Segundo o dirigente da FSM, a atual conjuntura exige que todos unam forças “contra aqueles que oprimem a classe trabalhadora”. Para tanto, defendeu que é necessário “trazer sangue novo” ao sindicalismo de todo o mundo, com uma participação maior de mulheres e jovens.

Reconhecimento do governo federal

Apesar das divergências existentes entre o movimento sindical e o governo federal, dois de seus ministros reconheceram em público durante a Abertura do 3º Congresso a relevância da CTB para as discussões políticas da atualidade.

Manoel Dias, ministro do Trabalho e Emprego, disse que sua prioridade é garantir, com o apoio do sindicalismo, uma sociedade menos desigual. “Estamos de sentinela para construir com os sindicatos e as centrais um trabalho que signifique avanços para todos”, afirmou. “Esperamos que neste Congresso a CTB possa reafirmar a convicção ideológica que originou a criação da CTB”, completou.

Por sua vez, Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, fez destacou o papel desempenhado pelos dirigentes da CTB durante as negociações com o governo federal.  “Quero manifestar meu espeito verdadeiro pela CTB e seus dirigentes. Wagner [Gomes], Pascoal [Carneiro] e Joílson [Cardoso] são brigões, mas têm uma grande lealdade, são camaradas da melhor qualidade”, afirmou.

Desafios da CTB

Coube ao presidente da CTB, Wagner Gomes, encerrar a mesa de Abertura do 3º Congresso. Ele relembrou o processo de fundação da Central e disse que “a CTB foi fundada para unificar o movimento sindical. Defendemos isso em todos os fóruns. Só com unidade pode enfrentar os desafios que temos”.

Diante da presença dos dois ministros, Wagner Gomes mandou uma mensagem para a presidenta Dilma Rousseff, deixando claro o posicionamento da CTB diante da conjuntura política atual. “O governo pode contar com a gente para aprofundar as mudanças. Presidenta Dilma, conte com a CTB para isso. Nossa postura é de intransigência em defesa dos trabalhadores. […] Mas nós temos lado, que é junto do projeto iniciado a partir de 2003. Como temos lado, cobramos com muita força. É por isso que dizemos: os tucanos não voltarão a governar o país. Nossa defesa deste projeto é intransigente”, afirmou.

Por fim, o presidente da CTB foi ainda mais direto, ao dizer que a Central sempre se posicionará ao lado do governo quando os interesses da classe trabalhadora estiverem em pauta. “Dilma, vá para cima deles. Faça as mudanças, que terá o apoio do movimento sindical. Vamos continuar cobrando”, afirmou.

 

Fonte: http://portalctb.org.br