Luta da comunidade universitária adia Consuni sobre Ebserh

Paralisação com ato convocado pela ASSUFBA mobilizou servidores, professores e estudantes em defesa dos hospitais universitários, na manhã desta quinta (4). Com irreverência, os trabalhadores técnico-administrativos levaram à reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA) abacaxis, satirizando a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A unidade da comunidade universitária na luta pelos hospitais de ensino conseguiu adiar a reunião do Conselho Universitário, marcada para a tarde do mesmo dia.

Através de ofício (ver aqui), a reitoria remarcou a reunião do consuni para o dia 18 deste mês, data em que os conselheiros devem votar a adesão da UFBA à empresa. De acordo com a direção da ASSUFBA, o adiamento é uma manobra, já que dia 10 de os estudantes entrarão em recesso. Segundo trabalhadores, a única outubro oportunidade de discussão sobre o tema aconteceu na última sexta (28), durante uma audiência pública realizada na reitoria da instituição.

Foto: Amério B. Barros

“Com muita luta, conseguimos uma agenda para ampliar o debate sobre a Ebserh. Agora essa surpresa, uma reunião marcada com apenas 24h de antecedência que demonstra falta de sensibilidade da gestão com uma matéria tão importante. Manter a votação sem a devida discussão é entregar nossos hospitais para a iniciativa privada”, afirmou o coordenador jurídico da ASSUFBA, Paulo Vaz.

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB), servidora licenciada do Hospital das Clínicas (HUPES), o modelo proposto pela Ebserh quebrará o binômio docente-assistencial. “Os hospitais universitários brasileiros sempre foram o maior celeiro de profissionais da saúde no país. A visão da Ebserh defende a mão de obra rotativa e destruirá a relação da pesquisa, do ensino e daextensão. Por isso, eu votei contra. Temos que nos rebelar contra essa adesão sem debate”, disse a parlamentar. a discussão”.

Categoria protesta contra a adesão à Ebserh Foto: Amério B. Barros

A luta contra a Ebserh é uma luta justa, em defesa do Sistema Único de Saúde, do HUPES e da MCO (Maternidade Climério de Oliveira). A Ebserh significa privatização, a abertura de duas portas de entrada: uma fila para convênio e outra para SUS. Significa colocar em risco o serviço, a pesquisa, tão fundamental para os estudantes, além de não garantir o emprego dos terceirizados fundacionais. Nós somos contra isso e vamos lutar até o último minuto”, avisa a coordenadora de Comunicação da ASSUFBA, Cássia Maciel.

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB), servidora licenciada do Hospital das Clínicas (HUPES), o modelo proposto pela Ebserh quebrará o binômio docente-assistencial. “Os hospitais universitários brasileiros sempre foram o maior celeiro de profissionais da saúde no país. A visão da Ebserh defende a mão de obra rotativa e destruirá a relação da pesquisa, do ensino e da extensão. Por isso, eu votei contra. Temos que nos rebelar contra essa adesão sem debate”, disse a parlamentar”.

Rejeição – Alvo de moções de repúdio de diferentes entidades em todo o país, a Ebserh recebe o apoio da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Nas reuniões de Congregações da UFBA, o modelo foi rejeitado pelo Instituto de Biologia (IBio), Psicologia (IPsi), Ciência da Informação (ICI), pelas escolas de Nutrição (ENUFBA), Enfermagem (EEUFBA), Belas Artes (EBA), Faculdade de Educação (FACED). No entanto, as faculdades de Medicina (FAMEB) e Odontologia (FOUFBA) foram favoráveis à Ebserh. O Instituto de Matemática (IM/UFBA) e a Faculdade de Arquitetura (FAUFBA) se abstiveram.

ASCOM ASSUFBA Sindicato

05/10/12