Ministro da Educação é convocado para prestar esclarecimentos; mas volta a afirmar que Universidades têm plantações de maconha

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi convocado para prestar esclarecimentos em uma reunião na Comissão de Educação da Câmara, nesta quarta-feira (11/12). No começo da sessão, Weintraub reafirmou que Universidades Federais são locais de plantações de maconha, e os laboratórios são usados na produção de drogas, abrindo uma séria discussão com parlamentares. “O problema não é a plantação em si, mas o que ela reflete. As plantações são reflexos de um consumo exagerado, fora de controle, nas universidades”.

O ministro foi convocado depois de declarações realizadas no mês de novembro, em que afirmou que Universidades possuem “plantações extensivas de maconha” e também utilizam “laboratórios para produção de drogas sintéticas”. Logo no inicio da sessão, Weintraub transmitiu reportagens sobre um caso na Universidades Federais de Brasília (UnB), Minas Gerais (UFMG) e Goiás (UFG), durante os anos de 2017 e 2019. Porem, nenhuma delas serviu como provas, pois além de serem reportagens sensacionalistas, foi aberto investigação, e não ocorreram processos sobre os casos.

Deputados da oposição ficaram indignados com as apresentações de Weintraub, e rechaçaram sua atitude. “O que vemos aqui é uma sequência de telejornais, de apresentações sensacionalistas, que tratam de forma indevida de eventos que já foram apurados na UnB e na UFMG”, contestou a deputada Margarida Salomão (PT-MG).

Sobre as reportagens, o ministro se mostrou “indignado” com o que via nas universidade. “Esse é o ambiente das universidades”, disse, enquanto as reportagens eram transmitidas. “Tudo pichado, tudo sujo”, acrescentou ao comentar imagens de espaços estudantis. “O problema não é plantação em si, é o que ela reflete. O que eu quero para meus filhos é um ambiente seguro”, disse.

A ação para que o ministro prestasse esclarecimentos foi protocolada pela Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) na Justiça Federal de Brasília, na semana passada. Os reitores pediram que Weintraub mostrasse quais são as provas que amparam suas declarações, sobre quem especificamente elas foram dirigidas e quais foram as providências tomadas pelo MEC nesses casos — ou ainda que o ministro se retrate.

A reunião ainda foi interrompida quando um estudante que abriu um guarda-chuva no Plenário. O ato faz menção direta ao episódio protagonizado pelo ministro ao reclamar de supostas notícias falsas.