Dizer que não existe racismo no Brasil é a pior mentira que se pode contar

Nesta terça-feira (19/11), o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) discursou no Plenário da Câmara dos Deputados, onde negou a existência do racismo no país.

Segundo o deputado, os dados do IPEA não são condizentes, pois ele já teve o “prazer e o desprazer” de atuar em todas as favelas do Rio de Janeiro. “Se mais negros morrem é porque tem mais negros com armas, mais negros no crime e mais negros confrontando a polícia”, afirmou.

Esse mesmo deputado ficou conhecido por rasgar a placa da vereadora Marielle Franco, assassinada no dia 14 de março de 2018. O parlamentar ainda elogiou a ação do colega, deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), que em conduta parecida, rasgou uma placa de uma exposição da Câmara que exibia o desenho de um policial com revólver na mão e um jovem caído no chão com o título “O genocídio da população negra”.

Foto da placa rasgada no chão pelo deputado Coronel Tadeu

Sobre a placa da Câmara, ele diz que “não venha atribuir à Polícia Militar do Rio de Janeiro as mortes porque um negrozinho bandidinho tem que ser perdoado”. 

Segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança 2019, entre os anos de 2017 e 2018, os negros foram mais de 75% das vítimas de letalidade policial, enquanto os brancos, apenas 24,4% das vítimas da letalidade policial.

Em pleno dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, o Brasil ainda se depara com pessoas que dispõem esse tipo de pensamento e disseminam o ódio. E pior: uma pessoa que deveria dar exemplo. Isso é o reflexo de um governo racista, misógino, homofóbico e machista.