No 1º de Maio ASSUFBA reforça o compromisso com a universidade pública e a aposentadoria

Comemorado no Farol da Barra, cartão postal de Salvador, o primeiro Dia do Trabalhador sob o governo de ultradireita de Jair Bolsonaro (PSL) teve um tom diferente este ano.  A classe trabalhadora bradou incessantemente contra a retirada de direitos imposta pelo governo federal. A ASSUFBA Sindicato marcou presença junto às centrais sindicais e entidades de base.

O Dia do Trabalhador foi celebrado um dia após o anúncio do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de bloquear 30% do orçamento de três universidades federais, dentre elas a UFBA.  A atitude é mais um dos ataques que a população brasileira tem sofrido devido a conjuntura adversa do país, sob um governo autoritário e com nuances fascistas. Para a ASSUFBA, este momento demonstra a necessidade de unidade das categorias para fortalecer a luta.

Neste sentido, o Coordenador Geral da entidade, Renato Jorge, afirmou que a comunidade universitária tem reagido todos os dias às posturas do governo Jair Bolsonaro de efetuar cortes na educação. Informou ainda que as universidades têm sido alvo de diversos cortes que já afetam seu funcionamento.

“A resistência é grande. Alem deste 1 º de Maio, teremos um ato, na segunda-feira, na Faculdade de Educação, em defesa da nossa Universidade. A ideia é resistir a esses ataques porque nós entendemos que a educação é a chave-mestra para a saída do país desta situação. Não tem Brasil sem educação!”, declarou Jorge.

A servidora licenciada da UFBA para atividade parlamentar, Alice Portugal, afirmou que as universidades foram punidas e que esse corte poderá inviabilizar o funcionamento das universidades federais e dos institutos federais. “Isso é a demonstração do que é o governo Bolsonaro. Autoritário, discricionário, inimigo de quem pensa, da formação científica, tecnológica e das relações plurais necessárias na sociedade humana”.

Alice ainda informou que imediatamente solicitou que o presidente da Comissão de Educação – CE do Congresso fizesse um pedido urgente de audiência com o ministro da Educação. No dia 15 de maio o ministro também está convocado, segundo a deputada, para ir à CE na Câmara. “Nós vamos fazer de tudo para reverter esse corte, impedir esse prejuízo porque na verdade o que eles querem é a privatização das universidades e assim atacam as instituições”, afirmou a deputada.

A proposta de Bolsonaro que acaba com a aposentadoria também foi destaque. Lucimara da Cruz, Coordenadora de Saúde do Trabalhador do Sindicato e dirigente da FASUBRA, esteve no trio junto a parlamentares e representações sindicais. A sindicalista reforçou que a reforma da Previdência não pode ser chamada de reforma porque se trata da extinção da Previdência Social.

Lucimara lembrou que no mesmo mês em que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) faz 100 anos, os trabalhadores brasileiros marcam presença no Dia do Trabalhador lutando contra a retirada de direitos que vêm sofrendo. A situação foi agravada com a reforma trabalhista.“O ataque às universidades não é qualquer coisa, é o ataque ao espaço que se produz a soberania. Porque é nas universidades que se produz tecnologia autônoma, pensamento autônomo e isso é uma ameaça àqueles que querem nos tornar em vassalos dos Estados Unidos”, afirmou ao discursar sobre o bloqueio de 30% das verbas das universidades federais.  

Paulo Vaz, Coordenador de Assuntos Jurídicos, lembrou da importância de manter a resistência após o ataque do ministro da Educação à UFBA, universidade que é local de trabalho e ensino de boa parte da categoria da ASSUFBA.

“Isso retrata o que é o espelho desse governo direitista, retrata a importância que esse governo dá para a educação pública e isso nos dá mais motivação para manter a resistência e a luta. Então o 1º de Maio é dedicado em primeiro lugar à educação pública e depois às outras pautas da classe trabalhadora”, disse Vaz.