No Dia da Consciência Negra, ASSUFBA e a categoria ocupam as ruas do Centro para exigir Fora Bolsonaro Racista

Este sábado (20/11), Dia da Consciência Negra, o legado de Zumbi dos Palmares, herói negro marcado na história pela luta por liberdade, esteve ainda mais presente nas ruas do Centro de Salvador, durante o sétimo ato nacional pelo Fora Bolsonaro. A ASSUFBA, claro, marcou presença.

Com o lema Fora Bolsonaro Racista, a 42ª Marcha da Consciência Negra, que começou no Campo Grande e seguiu até a Praça da Sé, denunciou o racismo do governo Bolsonaro, a violência de Estado contra a população negra, o genocídio do povo negro, a crise econômica e os ataques ao serviço público.

A Coordenadora de Políticas Sociais e Anti-Racistas da ASSUFBA, Rosângela de Santana, afirmou que os brasileiros sofrem com a política ultraliberal do governo Bolsonaro, mas, para o povo negro, a situação é ainda pior. “O presidente nos massacra. Estamos aqui hoje não só para lembrar a morte de Zumbi dos Palmares, mas em protesto contra a condição de minoria, quando se trata do acesso a direitos, apesar sermos a maioria da população brasileira.

O Coordenador do Sindicato, Antônio Bomfim Moreira, informou que a ASSUFBA também participou, no início da manhã, da tradicional lavagem da estátua de Zumbi dos Palmares, na Praça da Sé. Durante o ato no Centro, ele afirmou que “estamos colocando para fora os nossos gemidos mais sentidos. A fome voltou. Não faz sentido o Brasil ser produtor de alimentos para exportação e o governo manter o nosso povo passando fome”.

O 20 de novembro, sem dúvida, é mais uma oportunidade para reforçar a luta por igualdade. Para o Coordenador da ASSUFBA, Paulo Roque dos Santos, “hoje é o dia dos negros conscientes, que sabem dos seus ideais, lutam a favor dos direitos e que não querem esse desgoverno, que tira dinheiro da saúde e da educação. Viemos exigir o Fora Bolsonaro”, exclamou.

Desde que assumiu a presidência, Bolsonaro promove cortes em áreas essenciais para a população e sucateia o serviço público. Ainda quer aprofundar o desmonte com a PEC 32. A Coordenadora da entidade, Lucimara Cruz, alerta que a Reforma Administrativa atinge ainda mais a população negra. “A proposta vai prejudicar diretamente os serviços públicos que servem à população mais vulnerável, em sua maioria negros e negras”.

Para se ter ideia, cerca de 80% da população que depende do SUS se autodeclara negra (preta e parda), de acordo com a ONU (Organizações das Nações Unidas). “O Sistema Único de Saúde está ameaçado com a reforma, por isso, precisamos exigir a saída do presidente, que prejudica a população”, afirma o Coordenador José Carlos Andrade.

Lucimara também acredita que a PEC 32 vai impactar na empregabilidade. “Sem os concursos públicos, a chance de um jovem negro adentrar no serviço público é mínima. Além disso, a própria extinção do RJU (Regime Jurídico Único) que a proposta traz torna o serviço público um espaço de cabide de emprego”.

A Coordenadora de Políticas Sociais e Anti-Racistas da ASSUFBA, Eliete Gonçalves, também acredita que sem os concursos públicos, os cargos serão ocupados por indicações e apadrinhamentos, como no passado. “Os empregados irão servir quem os indicou e não a população. Um retrocesso”.

A mira do governo Bolsonaro está sempre apontada para a população negra. Tanto é que a Lei de Cotas, que será revisada em 2022, está ameaçada. Paulo Roque lembrou que antes da norma era difícil ver um negro ingressar na universidade. Vale lembrar que a legislação é a grande responsável por hoje os negros serem maioria nas instituições.

Contra estes e outros retrocessos, ao som de bandas de percussão, palavras de ordem, faixas e cartazes, a ASSUFBA se juntou ao bloco da Educação para levantar as principais bandeiras do povo brasileiro. O protesto, que contou com expressiva participação da população, estudantes, centrais e entidades sindicais e lideranças políticas, terminou com apresentações musicais na Praça da Sé.