Ocupar Brasília e derrotar as reformas

Mesmo com a avaliação despencando a cada mês, o governo de Michel Temer continua tentando implementar sua política de ataques aos direitos da classe trabalhadora e aos serviços públicos essenciais à sociedade. A desaprovação de Temer em janeiro, era de 59%, e em abril atingiu 87%, considerado ruim ou péssimo. Apenas 4%  da elite brasileira julgam o governo atual positivo.

Neste cenário Temer  acelera o processo de reformas. Além da baixa popularidade, contra ele também pesa o descrédito nas instituições. O executivo e  legislativo estão envolvidos em escândalos de corrupção, que pipocam todos os dias em denúncias ao judiciário.

As insurgências da população que ocorria de forma localizada em alguns estados em anos anteriores, tomaram as ruas nos últimos meses em todo país. Principalmente as greves em setores do serviço público, professores de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Bahia dentre outros estados; e as demais categorias e movimentos populares organizados.

Jornada de lutas

A jornada no mês de março iniciada pela luta das mulheres, no dia 08, e posteriormente com as lutas dos dias 15 e 31, deram a tônica das mobilizações de massa e impulsionaram a vitoriosa Greve Geral no mês de abril. A nossa categoria não se furtou a participar desse calendário, seguiu a orientação da última Plenária Nacional da FASUBRA, constituindo comitês unitários com os demais setores organizados da sociedade.  Os Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação de todo país foram às ruas, de norte a sul, leste a oeste, e construíram mobilizações conscientes nas universidades e nos estados contra esses ataques do governo.

Também vale a pena ressaltar o 1º de maio de luta unificada. Realizado pelas Centrais Sindicais em todo país, está é a grande conquista política dos trabalhadores e o que faz “temer” a classe dominante e a burguesia nacional entreguista e golpista. Os atos mostraram a dimensão da nossa capacidade de resistir aos ataques de forma unitária e construir uma contra ofensiva da classe trabalhadora! Mesmo com a grandiosa mobilização das Centrais, Temer continua com sua política econômica, que visa desmontar o estado com o fim das políticas sociais, precarização do mundo do trabalho através de políticas de contingenciamento de gastos (EC 95/16 – antes PEC do congelamento), terceirização e as atuais Reformas da Previdência e Trabalhista.

Paralelo a isso, o governo ilegítimo aplica um Regime Fiscal que diminui os investimentos públicos, bem como busca a privatização dos bancos públicos (BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) e em especial entrega os campos de petróleo do pré-sal, fragilizando a Petrobras. Um crime que lesa a pátria!

Sem nenhum pudor, acelera as votações da Reforma Trabalhista (PLC 38/17) no Senado Federal e da Previdência (PEC 287/16) na Câmara dos Deputados, que foi aprovada na Comissão Especial por 23 votos a favor e 14 votos contrários. Estamos atentos.

#Ocupa Brasília

A resposta das Centrais Sindicais ao governo foi anunciada na reunião desta quinta-feira (04 de maio). O calendário de mobilizações para o mês de maio aponta para a necessidade de realizar várias atividades. No primeiro momento  focar em ações nos estados, para pressionar os parlamentares,  além de  ocupar Brasília. A FASUBRA, já havia orientado a base para pressionar os deputados nos estados, e nos aeroportos, além de reforçar o plantão para tensionar os deputados dentro do parlamento.

Para nós trabalhadores, em especial do serviço público, não existe outra saída. Temos que enfrentar este governo nas ruas para derrotar as suas reformas.

Nenhum direito a menos!

 

Confira abaixo a nota das Centrais Sindicais

São Paulo, 04 de maio de 2017

NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS

CONTINUAR E AMPLIAR A MOBILIZAÇÃO CONTRA A RETIRADA DE DIREITOS!

 As Centrais Sindicais, reunidas na tarde desta quinta feira, avaliaram a Greve Geral do dia 28 de abril como a maior mobilização da classe trabalhadora brasileira. Os trabalhadores demonstraram sua disposição em combater o desmonte da Previdência social, dos Direitos trabalhistas e das Organizações sindicais de trabalhadores.

A forte paralisação teve adesão nas fábricas, escolas, órgãos públicos, bancos, transportes urbanos, portos e outros setores da economia e teve o apoio de entidades da sociedade civil como a CNBB, a OAB, o Ministério Público do Trabalho, associações de magistrados e advogados trabalhistas, além do enorme apoio e simpatia da população, desde as grandes capitais até pequenas cidades do interior.

As Centrais Sindicais também reafirmaram sua disposição de luta em defesa dos direitos e definiram um calendário para continuidade e ampliação das mobilizações.

CALENDÁRIO DE LUTA

08 a 12 de maio de 2017

▪ Comitiva permanente de dirigentes sindicais no Congresso Nacional para pressionar os deputados e senadores e também atividades em suas bases eleitorais para que votem contra a retirada de direitos;

▪ Atividades na base sindicais e nas ruas para continuar e aprofundar o debate com os trabalhadores e a população, sobre os efeitos negativos para a toda sociedade e para o desenvolvimento econômico e social brasileiro.

Do dia 15 ao dia 19 de maio:

▪ Ocupa Brasília: conclamamos toda a sociedade brasileira, as diversas categorias de trabalhadores do campo e da cidade, os movimentos sociais e de cultura, a ocuparem Brasília para reiterar que a população brasileira é frontalmente contra a aprovação da Reforma da previdência, da Reforma Trabalhista e de toda e qualquer retirada de direitos;

▪ Marcha para Brasília: em conjunto com as organizações sindicais e sociais de todo o país, realizar uma grande manifestação em Brasília contra a retirada de direitos.

Se isso ainda não bastar, as Centrais Sindicais assumem o compromisso de organizar um movimento ainda mais forte do que foi o 28 de abril.

Por fim, as Centrais Sindicais aqui reunidas convocam todos os Sindicatos de trabalhadores do Brasil para mobilizarem suas categorias para esse calendário de lutas.

CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil

CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros

CSP Conlutas – Central Sindical e Popular

CTB – Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil

CUT – Central Única dos Trabalhadores

Força Sindical

Intersindical – Central da Classe Trabalhadora

NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores

UGT – União Geral dos Trabalhadores

Fonte: FASUBRA / Texto ajustado pela Coordenação de Comunicação da ASSUFBA-Sindicato.