Pesquisa aponta recorde no trabalho doméstico e crescimento do trabalho informal em 2019

O avanço no número de trabalhadores domésticos, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, bateu recorde em 2019 e reflete no aumento do mercado de trabalho informal. No ano passado, foram registrados 6,3 milhões de pessoas desempenhando essa função, quando em 2018 eram 6,2 milhões. Em novembro foi registrado o menor nível do ano em relação à proporção de empregados com carteira de trabalho assinada.

A queda no registro profissional chegou a 3%. Isso significa que tiveram mais 55 mil profissionais nos moldes informais no ano de 2019. No total, 4,5 milhões de pessoas trabalharam como empregados domésticos sem registro.

O cenário atual brasileiro não é favorável para os trabalhadores. O governo não prevê uma retomada eficaz da economia, e para piorar, as mulheres sofrem com o desemprego estrutural. Elas são maioria no trabalho doméstico (97%), segundo pesquisa da Oxfam.

Outra diferença alarmante é a média da renda mensal entre os trabalhadores domésticos. Para aqueles com carteira assinada é de R$ 1.269, no entanto, quem está na informalidade recebe entre R$ 755 ou até menos. Esta é mais uma prova da inconsistência no discurso neoliberal adotado pelo governo Jair Bolsonaro, de flexibilização dos direitos em troca do salário direto ao trabalhador.