Pesquisa inédita revela que um LGBT é agredido a cada hora no Brasil

A cada hora um LGBT é agredido no Brasil. A informação assusta e entristece, mas o registro foi feito a partir de dados do Sistema Único de Saúde (SUS). O período analisado foi entre 2015 e 2017, quando foram registradas 24.564 notificações de violências contra essa população. Em média, mais de 22 casos foram notificados por dia.

Feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), secretarias de Atenção Primária em Saúde e de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde,  Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o levantamento contou com notificações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o que inclui casos diversos de violência que não foram denunciados.

Os pesquisados ainda afirmam que muitas pessoas não registram a ocorrência, o que gera um alto número de subnotificação.

A partir da análise dos casos, foi verificado que a população negra é a mais afetada. Nos adolescentes, a porcentagem de negros é ainda maior: 57% dos LGBTs, de 10 a 14 anos que foram agredidos, são pardos ou pretos. Em todas as faixas etárias, a natureza de violência mais frequente foi a física (75%) e, em 66% dos casos, o provável autor é do sexo masculino.

Dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) revelam que o Brasil é um dos países que mais mata travestis e transexuais no mundo, além de serem as siglas mais afetadas pelo preconceito LGBT. Das vítimas registradas pela pesquisa,  46%  eram transexuais ou travestis.

 

Foto: Agência Brasil