Protesto dos servidores marca a Lavagem do Bonfim

Muita luta e fé. Esse foi o tom da participação dos servidores técnico-administrativos das universidades federais da Bahia durante o tradicional cortejo da Lavagem do Bonfim. Através de faixas, cartazes e pirulitos, os trabalhadores levaram as reivindicações da categoria à população, com direito a banda de fanfarra e muita irreverência. A caminhada de cerca de oito quilômetros até a Colina Sagrada partiu do Largo da Igreja da Conceição da Praia e contou com expressivas representações políticas, como o governador Jaques Wagner (PT) e a deputada Alice Portugal (PCdoB).

Foto:Eduardo Paranhos

A ASSUFBA já é presença esperada no cortejo. Após a distribuição de camisas e bonés para os servidores, a caminhada seguiu firme rumo à Colina Sagrada. Para o coordenador jurídico da ASSUFBA, Paulo César Vaz, a Lavagem do Bonfim é um momento importante para a categoria. “A maior festa popular religiosa de Salvador é também a ocasião em que os trabalhadores podem denunciar a precariedade das condições de trabalho e a falta de infraestrutura da nossa cidade”, afirma.

Tradicionalmente, a festa de cunho religioso tem espaço para protestos e manifestações políticas. Este ano, predominaram as reclamações contra o cenário de abandono que aflige a população da capital baiana, em que o atual prefeito, João Henrique Carneiro (PP), conta com 79% de rejeição contra 21% de aprovação, segundo pesquisa divulgada pelo Ibope – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística.

Servidora licenciada da UFBA e pré-candidata à prefeitura de Salvador, a deputada Alice Portugal (PCdoB) denunciou as modificações realizadas no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e ressaltou que 2012 será um ano intenso. “Nossa luta pelas causas sociais e pelos direitos populares é histórica. Distribuímos uma carta aberta à população e estamos aqui para mostrar que não vão faltar fé e garra para garantir uma cidade melhor”.

Foto:Eduardo Paranhos

Representante da Seção ASSUFBA no Hospital das Clínicas (Hupes), Aline Soares ressaltou as dificuldades dos trabalhadores. “Sabemos que o serviço público passa por um processo de sucateamento e a ideia é unificar as ações e fortalecer o movimento para conseguir salários dignos e turnos contínuos de trabalho na UFBA e na UFRB. Além disso, lutamos pelos interesses da população, como o fim das privatizações nos hospitais universitários”.

Para a servidora da Maternidade Climério de Oliveira (MCO), Simone Porto, a luta pela valorização dos servidores precisa preencher todos os espaços. “A presença dos trabalhadores nesta festa é para exigir que os governantes cumpram seus papéis, garantindo que todos possam trabalhar e viver com dignidade”, observou.

Fonte:   Ascom Assufba