Rendimento salarial inferior de mulheres no mercado de trabalho evidencia desigualdade de gênero estrutural no Brasil

Desigualdade de gênero existe no Brasil, sim. Como prova, mulheres recebem salário inferior em comparação aos homens, como aponta o Dieese. Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, o rendimento salarial entre ambos os gêneros no último trimestre do ano passado foi 22% inferior.

A pesquisa, que também levantou dados sobre trabalho informal, divulgou que os homens ganharam, em média, R$ 2.495. Já as mulheres, receberam R$ 1.958.

Quando levado em consideração o nível de escolaridade, a diferença aumenta. Trabalhadores com ensino superior possuem disparidade de até 38%. Em valores, significa que o salário médio dos homens foi de R$ 6.292, enquanto os das mulheres, R$ 3.876.

A desigualdade estrutural se multiplica entre as regiões do país. Sul, Sudeste e Centro-Oeste tiveram maior diferenciação salarial entre os gêneros, sendo Mato Grosso a maior taxa (30%). Os menores espaçamentos foram registrados nas regiões Norte e Nordeste, com o estado do Amazonas tendo o menor número (5%).

O órgão ainda aponta que as mulheres gastam muito mais tempo que os homens nos afazeres domésticos (95%). A média de dedicação da mulher para com os cuidados da casa é de 21h18, enquanto os homens utilizam apenas 10h54 com as mesmas obrigações. Além disso, as mulheres são maioria entre os desempregados (9,2% dos homens para 13,1% das mulheres).

Os dados são do estudo “A inserção das mulheres no mercado de trabalho” feito pelo Dieese.