Resolução política das CTBs do Nordeste defende emprego e renda e cria fórum

A 1ª Plenária Virtual das Seções Estaduais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da Região Nordeste, realizada em 22 de agosto de 2020, reuniu cerca de 600 sindicalistas classistas, e aconteceu  em  um momento que o planeta vive grande crise econômica, moral, política e as condições de vida se agravam pela crise sanitária gerada pela Covid-19, aprovou a seguinte resolução política:

1-Desde o golpe que levou Temer à presidência da República, que garantiu também eleição de Jair Bolsonaro, o povo brasileiro e nordestino tem sido alvo de ataques da conspiração  neoliberal que se desencadeou a partir do congelamento de verbas para saúde e educação. Ataques violentos ao movimento sindical e aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, reduziu ou acabou com muitos e importantes programas e políticas públicas que visavam corrigir as desigualdades de desenvolvimento entre as diferentes regiões do país.

2-Mais de 1/3 dos mortos pela Covid-19 no Brasil são nordestinas e nordestinos. Junto desse infortúnio, o Nordeste é a segunda região que mais sofre com os números assustadores do desemprego e subemprego neste período de pandemia. Pequenos negócios fecham sem qualquer socorro do Governo Federal e várias famílias que dependem do Auxílio Emergencial vivem sob ameaça constante por parte do governo Bolsonaro;

3–Destaca-se a realidade das trabalhadoras e dos trabalhadores rurais do Nordeste. Depois de encarar uma das maiores secas da história, têm cortes radicais em programas importantes como, a distribuição de Cisternas e o Programa de Compra Direta de produtos da agropecuária, que foram reduzidos em quase 100%. A agricultura familiar, tão importante para a segurança alimentar do povo brasileiro no Nordeste está fortemente comprometida.

4-Mulheres e homens do Nordeste são vítimas constantes da xenofobia, do preconceito e de outras obscuridades regularmente patrocinadas pelo governo federal. Nesse aspecto, é fundamental destacar que a resistência do movimento sindical no campo e na cidade continue. promissor.O Consorcio Nordeste que, além de articulação econômica para sobreviver aos ataques do Governo Federal, vai se forjando como importante instrumento de luta política para os povos dessa região.

OS DESAFIOS:

1-Nordestinas e nordestinos devem enfrentar unidos no campo e na cidade o ultra neoliberalismo de Bolsonaro. É necessário defender as empresas e os serviços públicos dos ataques do Governo Federal. Órgãos ligados ao desenvolvimento regional como Banco do Nordeste, DENOCS, dentre outros devem ser preservados e fortalecidos;

Webconfêrencia  da 1ª Plenária Virtual das CTBs do Nordeste

2-Nessas e em outras tantas empresas públicas, colocamos entre as principais questões a defesa dos trabalhadoras e trabalhadores do serviço público penalizados pelo Governo Federal;

3-Importante destacar que continuaremos fazendo firme enfrentamento e denuncia das privatizações que colocam em risco importante patrimônio público como: Correios e Bancos Públicos;

4-Políticas de socorro as empresas com o objetivo de preservar os empregos e os salários devem ser indispensáveis neste momento. Além disso, deve-se também lutar para assegurar direitos trabalhistas e defender a saúde no ambiente de trabalho, tendo em vista que a grande pressão para retomada das atividades econômicas põe em risco milhares de trabalhadoras e trabalhadores;

5-O movimento sindical deve se articular junto ao Consórcio Nordeste provocando espaços permanentes para o debate sobre a defesa dos direitos sociais, do desenvolvimento econômico sustentável e também do zelo com o Trabalho nas máquinas públicas estaduais da região Nordeste;

Professora, Tânia Bacelar de Araújo.

6-Em 2020 tem eleição municipal. Devemos disputar espaço nos legislativos municipais e prefeituras. Defender direitos e desenvolvimento econômico com justiça social exige participar ativamente da política. Devemos encorajar candidaturas e plataformas de propostas para debater junto ao povo nordestino a realidade que vivemos. Nesse sentido, quanto mais candidatos e candidatas ligados ao movimento sindical do campo e da cidade, denunciando as mazelas do Bolsonarismo e seus apoiadores locais, será mais fácil derrotá-lo;

7-Devemos travar intensa defesa da agricultura familiar através da luta por programas e apoio públicos para o setor;

8-É fundamental defender o SUS, o Fundeb, que são atacados e sabotados a todo momento pelo Capital, que vê saúde e educação como mercadoria;

9-Defenderemos a ampliação e alcance do Auxilio Emergencial e rechaçamos qualquer proposta de sua redução até que a pandemia esteja devidamente controlada. Também, é fundamental defender a ampliação do pagamento e ampliação das parcelas do Seguro Desemprego para os desempregados durante à pandemia;

10-Lutar por programas e investimentos urgentes que estimulem a geração de emprego e renda, como o Plano Emergencial pelo Emprego Celso Furtado, do governador do Maranhão, Flavio Dino que coloca meio bilhão de reais para gerar empregos;

Flávio Dino, governador do Maranhão.

10-Dominar as ferramentas de Comunicação Sindical para combater à máquina máligna das FakNews

11-No movimento sindical seguiremos firme e lutando pela unicidade sindical, pela defesa dos direitos dos trabalhadores, pela existência livre e democrática de sindicatos classistas e combativos. Para colaborar neste e nos outros grandes desafios, constituímos desde já o Fórum de CTBs Nordeste garantindo a continuidade dos debates aqui iniciados.

Pascoal Carneiro, presidente da CTB-Bahia

12-O Nordeste, com seus portos, estradas, ferrovias, recursos minerais, tem potencial para geração de energia limpa, diversidade ambiental, incalculável riqueza cultural, e seu povo que traz a herança de resistência e coragem dos que combateram em Canudos, nos Quilombos, da Revolta dos Alfaiates, da Batalha do Jenipapo e tantas outras lutas, não se curvarão ao Bolsonarismo.

Viva à democracia e o povo nordestino!