Sem aceitar derrota, Bolsonaro atenta contra a decisão do povo e pede cancelamento de votos ao TSE

Criança, quando está quieta, com certeza tá aprontando alguma coisa“, já diz o ditado. O presidente preterido, Jair Bolsonaro, que recusa a comportar-se de forma coerente a sua idade, se manteve recluso desde o resultado das urnas no dia 30 de outubro. Demorou a discursar publicamente após a derrota e há quase duas semanas não saia do Palácio do Planalto por conta, segundo a imprensa, de uma infecção na perna. Muitas foram as notícias sobre suposto choro, decepção, descontentamento, e até vontade de passar logo a faixa para, o agora eleito, presidente Lula. Porém, toda essa narrativa se prova mais uma artimanha de manipulação do noticiário para esconder a verdadeira trama que vinha se tecendo.

Em mais uma demonstração de golpismo e insatisfação perante a vontade de 56 milhões de brasileiros, na tarde dessa terça-feira (22), Bolsonaro, juntamente com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entrou com uma representação no TSE – Tribunal Superior Eleitoral – solicitando a anulação dos votos de 59% das urnas apuradas, que, segundo relatório produzido pelo Instituto Voto Legal (VL) – cujo presidente declarou 4 dias atrás que não havia motivo para anular a eleição – existem “desconformidades irreparáveis de mau funcionamento”.

O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, já respondeu ao pedido e solicitou que o PL também apresente dados do primeiro turno das eleições referentes as mesmas urnas questionadas. Isso porque as urnas citadas pela legenda também foram utilizadas na votação de 2 de outubro, onde o partido e alianças de Bolsonaro tiveram vitórias para governos e senado, porém, convenientemente, não foram incluídas no suposto relatório.

“As urnas eletrônicas apontadas na petição inicial foram utilizadas tanto no primeiro turno, quanto no segundo turno das eleições de 2022. Assim, sob pena de indeferimento da inicial, deve a autora aditar a petição inicial para que o pedido abranja ambos os turnos das eleições, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas”, decidiu Moraes.