Servidores federais podem parar dia 18. Reunião com Guedes frustra auditores da Receita
O presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), Isac Falcão, reuniu-se na tarde-noite desta quinta-feira (13) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, em busca da resolução do impasse entre os servidores e o governo. Segundo o dirigente, o encontro foi “frustrante”. Em decorrência da “insensibilidade do governo às reivindicações da categoria, o movimento tende a se intensificar”, afirmou a entidade em nota divulgada à noite. O Sindifisco foi uma das primeira categorias a se movimentar contra a falta de previsão de reajustes em 2022. Desde dezembro, várias categorias de servidores se movimentam em discutem greve a partir da próxima terça.
“A reunião não correspondeu às expectativas dos auditores fiscais, dada a gravidade do problema orçamentário da Receia Federal e dada a necessidade de resolução do problema do bônus de eficiência, que já se arrasta há cinco anos sem regulamentação”, disse Falcão. “A gente esperava que fosse apresentada hoje a solução, o decreto em vias de ser editado”, acrescentou.
Segundo o presidente do Sindifisco Nacional, Guedes se manifestou no sentido de “compreender o pleito e até de achar justo”. Entretanto, o ministro disse que não pode dar um prazo para sua implementação e entende que esse não é o momento da solução das questões.
Fórum de servidores discute greve dia 18
A mobilização dos auditores fiscais começou em dezembro. Quase 1.300 auditores já pediram exoneração de postos de chefia desde o final do ano. Ou seja, cerca 64% dos 2 mil ocupantes desses cargos comissionados. Na esteira dessa mobilização, no último dia 3 os servidores do Banco Central em cargos de chefia começaram a entregar seus cargos. Quase 2 mil servidores do BC já aderiram ao movimento.
O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) deve se reunir nesta sexta (14) para discutir a greve de servidores públicos federais. A data indicativa é a próxima terça-feira (18). O debate cresce desde a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2022. O LOU prevê R$ 1,7 bilhão para reajuste do serviço público, mas o valor foi reservado somente para policiais, ou seja, apenas 3% do funcionalismo.
O Fonasefe defende que as entidades participantes – de 19 categorias de servidores federais – orientem seus sindicatos de base a fazer assembleias locais para a greve. Estão previstas manifestações em frente ao BC e ao Ministério da Economia.
A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), entidade que reúne 26 sindicatos e cerca de 140 mil servidores, acompanhará a reunião. Desse modo, existe a possibilidade de servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União aderirem à paralisação que está sendo construída..