Servidores técnico-administrativos da UFBA e UFRB deflagram greve por tempo indeterminado

Por ampla maioria e apenas duas abstenções, os servidores técnico-administrativos da UFBA deflagraram greve por tempo indeterminado. A votação ocorreu durante assembleia geral realizada na manhã desta segunda (11), na Escola Politécnica da UFBA. A greve também foi deflagrada pelos servidores da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia), que realizaram assembleia simultânea em Cruz das Almas.

Em regime de votação, os servidores da UFBA aprovaram, por ampla maioria, o desconto do fundo de greve, que foi explicado pelo coordenador de Administração e Finanças da ASSUFBA, Antônio Valter. “O desconto nos contracheques é para viabilizar a greve, para manter o nosso movimento”. A categoria também debateu as exigências da Lei de Greve. “Vamos cumprir o que determina a Lei de Greve. Estamos deflagrando a greve hoje, mas cumpriremos o prazo de 72 horas para o início do movimento, que será na próxima sexta-feira, dia 15”, explica a coordenadora geral da ASSUFBA Sindicato, Nadja Rabello.

Foto: Américo Barros

A coordenadora de Comunicação da ASSUFBA, Cássia Virginia Maciel, informou sobre a Plenária Fasubra, realizada nos dias 3 e 4 de junho, em Brasília, que pautou o Indicativo de Greve. “O dia 30 de maio era a data limite para que o governo acenasse com uma proposta, mas já foram realizadas várias reuniões e nenhuma proposta concreta nos foi dada”, ressalta.

“Essa vai ser uma greve mais arrojada, de resistência. A UFBA e a UFRB nunca se negaram a luta, e agora não será diferente”, enfatiza o coordenador Jurídico da ASSUFBA e coordenador de Aposentados da Fasubra Sindical, Paulo César Vaz. “Por isso deliberamos em Brasília que toda a categoria dos servidores públicos federais deflagre greve a partir do dia 11. Participaram 37 entidades e 173 delegados de todo país”.

Foto: Américo Barros

A deputada federal pelo PCdoB, Alice Portugal, que também é servidora licenciada da UFBA, participou da assembleia e reiterou seu apoio à luta da categoria. “As greves estão sendo judicializadas, criminalizadas em nosso país pelo governo. Vamos dar efetiva solidariedade às categorias em greve. Defendo a Universidade Pública e gratuita e os salários de quem nela trabalha”. A parlamentar também falou que é preciso “retirar as malvadezas de dentro da MP 568/2012, que atinge a classe médica reduzindo em 50% os salários”, completa a deputada.

UFRB – Na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), em Cruz das Almas, a categoria aprovou a deflagração da greve por unanimidade e o fundo de greve foi aprovado com apenas seis votos contrários e três abstenções. Em seguida, foi formado o Comando de Greve, que realizará a primeira reunião no dia 14/06, às 8h. “Entregamos ao gabinete da reitoria o ofício comunicando a deflagração de greve e a pauta de negociação local. Estamos organizados para fazer um movimento forte e unificado, em busca do nosso eixo de reivindicações”, destacou Aida Maia, coordenadora geral da ASSUFBA.

Nesta sexta-feira (15), a categoria vai realizar uma Assembleia Geral na reitoria da UFBA, a partir das 10h, seguindo a decisão tomada na AG do dia 11 de junho. “Será um ato conjunto da UFBA e UFRB, onde daremos início ao nosso movimento”, afirma a coordenadora geral da ASSUFBA, Nadja Rabello.

Pauta local A ASSUFBA trará às atividades de greve os debates sobre Turnos Contínuos, Capacitação, Condições de Trabalho, Saúde do Trabalhador e a Democratização das Relações Internas na UFBA e UFRB. Além disso, o Sindicato está numa luta forte contra os artigos da MP 568/12 que prejudicam os servidores da área de saúde, principalmente os médicos que tiveram prejuízos dobrados com a mudança na tabela.

PAUTA DA GREVE

I – Eixo Específico: 
– Reajuste Salarial: Recurso para o piso – Piso de 3 Salário Mínimo (SM) e Step de 5%;
– Racionalização dos Cargos;
– Reposicionamento dos Aposentados; – Mudança do Anexo IV (Incentivo a Qualificação);
– Devolução do Vencimento Básico Complementar Absorvido (Mudança na Lei da Carreira – 11.091/05);
– Isonomia Salarial e de Benefícios entre os Três Poderes.

II- Eixo Geral: 
Luta contra a EBSERH; Luta contra a Terceirização, por concurso Público já!; Lutar por 10% do PIB para Educação; Implantação da jornada ininterrupta de trabalho de 30h sem redução de salário; Contra a MP 568/12 nos artigos que atingem a redução Salarial dos Médicos e Médicos Veterinários e da Insalubridade/Periculosidade. Em defesa da Negociação coletiva, Data base e definição da política salarial; Ascensão Funcional (em defesa da PEC 257/95).

12/06/2012
Ascom ASSUFBA Sindicato