Somente 20% das universidades públicas têm cotas para quilombolas

Das 106 universidades públicas do Brasil país, 67 federais e 39 estaduais, somente 20% oferecem cotas para ingresso de quilombolas. Essas instituições de ensino superior estão concentradas em apenas oito estados: Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins. Um dado que chama a atenção para a necessidade de inclusão.

A Bahia se destaca. Em números absolutos, as universidades do Estado são as que oferecem mais vagas aos quilombolas, 599 no total. Depois surgem Pará (482) e Goiânia (421). É importante ressaltar que foi em território baiano, na UFBA (Universidade Federal da Bahia), que aconteceu a primeira política específica para os quilombos, em 2005.

Porém, ao cruzar o número total de vagas ofertadas por cotas e a quantidade disponibilizada aos quilombolas dentro desse grupo, a Bahia vai para o quatro lugar da lista, com 2,3%. Quem lidera é o Tocantins (4,5%), depois Goiás (3,4%) e o Pará (2,8%).

As universidades públicas no país têm capacidade para até 384 mil alunos. Desse total, somente 2.035 vagas são direcionadas aos quilombolas, ou 0,52%.

Os dados fazem parte do levantamento feito pelo Gemaa (Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa), ligado ao IESP-UERJ (Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro), com informações disponíveis até 2019.