Técnico-administrativos da UFBA decidem continuar greve

Na manhã de hoje (26), uma assembleia movimentada reuniu cerca de 300 servidores técnico-administrativos da UFBA, na Escola Politécnica da instituição. Em greve há 40 dias, a categoria tratou dos encaminhamentos da greve, atividades desenvolvidas em Brasília na última semana e fez duras críticas ao decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff, que permite a substituição de servidores em greve.

Categoria votou por unanimidade pela manutenção do movimento Foto: Américo Barros

O coordenador de Comunicação da ASSUFBA, Valmiro dos Santos, avaliou a participação da comitiva baiana na caravana ocorrida em Brasília. “Nossos caravaneiros estão de parabéns, demonstraram força e muita vontade de lutar. Fizemos uma caminhada até o palácio da presidência com palavras de ordem, de forma pacifica, porém com um forte espírito de luta”, relatou o dirigente.

Decreto – De acordo com o decreto publicado no Diário Oficial desta quarta (25), os ministérios podem delegar que funcionários de outras esferas – estaduais ou municipais – trabalhem nas suas áreas de atuação como uma forma de amenizar a falta de servidores.

Durante a assembleia, a categoria ressaltou o descaso com que estão sendo tratados pelo Governo Federal. “Primeiro a inexistência de negociação, depois a ameaça de corte de ponto e agora o surgimento de um decreto que permite a substituição dos servidores federais por equivalentes estaduais. Nós não aceitamos isso. Vamos continuar combatendo essas investidas contra a democracia”, disse a coordenadora de Comunicação da ASSUFBA, Cássia Virginia Maciel.

Foto: Américo Barros

“O decreto é uma prática antissindical, uma afronta ao nosso direito de greve e a autonomia da Universidade. Consideramos um desrespeito do governo para com os trabalhadores, estamos sendo tratados como objetos descartáveis”, demonstrou sua indignação a coordenadora geral da ASSUFBA, Nadja Rabello que também informou aos servidores a respeito do desconto da contribuição sindical que será feita pelo Banco do Brasil.

A deputada federal pelo PCdoB e servidora licenciada da UFBA, Alice Portugal, marcou presença na assembleia e confirmou sua aliança em favor da greve. “O governo diz que a greve é antecipada, mas não é, pois a pauta está sendo tratada há dois anos. Antes de pararmos fiz questão de visitar o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins, para expor a situação para ele. Negociação já! Essa é a palavra de ordem. Não negociar em greve é coisa de ditadura”, disse a deputada.

Nesta sexta-feira (27), a categoria realizará um ato nas unidades administrativas da UFBA (Campus de Ondina), a partir das 7h.

26/07/2012
Ascom ASSUFBA Sindicato