Trabalhadores podem perder 8% do rendimento mensal se reforma da Previdência for aprovada

Mais um golpe para o bolso do trabalhador vem aí através da equipe econômica de Bolsonaro. Os trabalhadoras e trabalhadoras formais que ganham até dois salários mínimos (R$ 1.996,00), cerca de 21,3 milhões de pessoas, correm grave risco de perder o abono salarial . A proposta do governo é conceder o abono apenas para os que ganham até um salário mínimo (998,00), somente 6% dos trabalhadores formais (2,6 milhões).

A proposta está no texto da PEC de reforma da Previdência, que vazou na imprensa e deve ser enviada ao Congresso Nacional ainda neste mês de fevereiro.

Segundo o Dieese, a medida significa até 8% de perdas salariais ao mês para trabalhadores que ganham até dois salários mínimos. Este cálculo foi feito levando em consideração os 41,2 milhões de assalariados que tinham carteira assinada. O último período para consulta no Ministério do Trabalho foi entre 1º de julho de 2015 e 30 de junho de 2016. 

A economia brasileira também deve sofrer com a mudança. Se a proposta de limitar o pagamento do abono salarial for aprovada, deixarão de ser injetados na economia R$ 27,7 bilhões. 

É possível fazer esta comparação considerando que quando o governo liberou R$ 21 bilhões das contas inativas do PIS/PASEP, no ano passado, injetou na economia R$ 39,3 bilhões porque de cada R$ 1,00 gasto, a economia é aquecida em R$ 1,85.

O que é o abono salarial

O abono salarial é um benefício que assegura o valor de um salário mínimo anual aos trabalhadores brasileiros que recebe, em média até dois salários mínimos de remuneração mensal dos empregadores que contribuem para o PIS (Programa de Integração Social) ou para o PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público).

Tem direito ao PIS:
• As pessoas que trabalharam com carteira assinada por pelo menos 30 dias no ano anterior
• Quem ganhou, no máximo, dois salários mínimos, em média, por mês
• Aqueles que estão inscritos no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos

Para conseguir o abono é preciso que a empresa onde trabalhava tenha informado os dados corretamente ao governo