Urgência máxima: decisão da 1ª Vara do Trabalho de Curitiba ameaça empregos da FUNPAR

Preparar a resistência! A demissão dos nossos companheiros da FUNPAR, além de injusta e desumana, é o primeiro passo para a introdução da EBSERH no HC

A Direção do Sinditest foi informada na tarde de hoje, sexta-feira (14), sobre a decisão da 1ª Vara do Trabalho de Curitiba, que recomenda a demissão coletiva dos nossos companheiros da FUNPAR/HC em no máximo 90 dias.

Trata-se do antigo processo movido pelo Ministério Público do Trabalho contra a UFPR e contra a FUNPAR, que há vários anos recomendou a substituição dos trabalhadores “fundacionais”. Ao longo dos anos, graças à mobilização da categoria e do Sindicato, além da pressão feita pela comunidade universitária, impedimos que a decisão fosse levada a cabo. Sempre se chegou a um acordo pela prorrogação do prazo de cumprimento da decisão.

Agora, no entanto, a decisão é categória pela demissão desses trabalhadores.

A Assessoria Jurídica do Sinditest já está trabalhando no processo, com todos os meios de que dispõe.

Na tarde de hoje, notificamos o senhor Norton Nohama, assessor do Reitor Zaki Akel, que afirmou que até então não sabia de nada a respeito. Solicitamos uma audiência com a Reitoria em regime de urgência, para coordenar esforços e evitar as demissões.

A situação dos trabalhadores da FUNPAR

Desde que assumimos a direção do Sinditest, em janeiro de 2012, estamos travando uma dura batalha para melhorar as condições de trabalho e os salários dos nossos companheiros da FUNPAR. Realizamos duas campanhas salariais vitoriosas, com muita luta e mobilização. Apesar das melhorias conquistadas, não conseguimos reverter o quadro de desigualdade extrema e empobrecimento produzido pela FUNPAR contra seus empregados. A realidade atual mostra que o pessoal da FUNPAR deu a vida pelo HC e hoje recebe salários de pobreza. Em média, um trabalhador com 20 anos de casa recebe apenas R$ 1.300,00 (menos do que dois salários mínimos).

De onde vem essa ameaça de demissão?

Não é a primeira vez que isso acontece. Mas agora há motivos mais fortes por trás da ameaça. O Governo Federal, aproveitando a ação dos órgão de controle, como o Ministério Público e a CGU, espera conseguir a demissão desses trabalhadores para fechar leitos, reduzir o atendimento, lançar o hospital no caos, e, com isso, vender a ideia da solução milagrosa: a privatização (EBSERH). Isso explica também por que o capitão-do-mato Wilson Messias estava oferecendo um Plano de Demissão Voluntária informal (PDV) para seus “amigos” da FUNPAR, que foram demitidos com os direitos assegurados. E aos demais? A FUNPAR e o capitão-do-mato assegurarão os direitos?

O que fazer?

Só há um caminho diante dessa realidade: A GREVE GERAL DOS TRABALHADORES DO HOSPITAL DE CLÍNICAS.

Os trabalhadores estatutários terão Assembleia de deflagração de greve nesta segunda-feira, dia 17.

Faremos uma Assembleia Geral da FUNPAR/HC na quarta-feira, dia 19, e vamos propor aCONSTRUÇÃO IMEDIATA DA GREVE, EM DEFESA DOS EMPREGOS.

Somente a mobilização conjunta de toda a universidade pode impedir essa barbaridade do poder público e dos governantes. Além de pagar salários de pobreza e miséria, ainda querem nos jogar no olho da rua depois de uma vida inteira de trabalho dedicada ao Hospital de Clínicas.

Precisamos defender o emprego de nossos companheiros da FUNPAR e evitar o colapso do HC, pois a iniciativa privada está torcendo para o HC fechar as portas, para que ela possa usar a EBSERH para se apropriar de tudo.

É preciso que o Juiz repense essa decisão absurda e volte atrás. Caso a decisão de mantenha, haverá um colapso no atendimento da saúde pública em Curitiba, e a responsabilidade não será nossa, não será de quem trabalhou a vida inteira, e sim dos governantes, a começar pela presidente Dilma e pela ministra Gleisi Hoffmann, que criaram a EBSERH.

Unificar a luta! 

Em defesa dos empregos! Contra a privatização! Não à EBSERH! 

Fonte: http://www.sinditest.org.br/