Preços aumentam, os salários não acompanham. Trabalhadores sofrem com carestina e reajustes abaixo da inflação

Enquanto os preços aumentam, os salários não acompanham. De acordo com Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que lançou um boletim especial em referência ao 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador e Trabalhadora, a “economia patina, com escolhas do governo, resquícios da pandemia e crise internacional, e os trabalhadores pagam a conta”.

Os trabalhadores sofrem com a carestia absurda que está instaurada no país. A quantidade de reajustes abaixo da inflação cresceu de 23,7%, em 2019, para 47,3%, em 2021. No último ano, apenas 15,6% alcançaram ganhos reais.

O Boletim reconhece que “o mercado de trabalho volta a mostrar sinais de recuperação”, mas afirma que não há um processo vigoroso de retomada do desenvolvimento em decorrência da “inação de um governo mais preocupado em agradar as bases políticas do que em dar respostas concretas para os problemas da população”.

“Desde meados de 2020, a inflação sobe mês a mês, quase ininterruptamente. Em março de 2022, o INPC-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) chegou a quase 12%”, ressalta o Boletim. “A queda no poder de compra dos trabalhadores é agravada porque os preços dos produtos da cesta básica subiram ainda mais do que a inflação geral. Desde o começo da pandemia, o custo do conjunto de alimentos básicos teve acréscimo de R$ 243 em São Paulo, aumento de 47% entre março de 2020 e março de 2022”, complementa.