Trabalhadores da USP são agredidos pela polícia paulista

Bombas de gás, balas de borracha e muita inabilidade da Política Militar do Estado de São Paulo para negociar com manifestantes. Foi o que se viu na manhã da quarta-feira (20/8), na entrada principal da Universidade São Paulo (USP), onde trabalhadores em greve há quase 90 dias realizaram o bloqueio do acesso à universidade como forma de protesto contra a reitoria que se nega a atender a pauta de reivindicações da categoria.

De acordo com representantes da Fasubra Sindical, que acompanham as atividades da greve das universidades de São Paulo (USP, UNESP e UNICAMP), aproximadamente 600 ativistas bloquearam a entrada da USP. Em represália, a tropa de choque, após enfrentamento com os manifestantes recuperou o controle das entradas da universidade. O resultado foi oito pessoas feridas por balas de borracha e mais de 300 abrigadas no Sindicato dos Trabalhadores da USP para fugir dos disparos.

A ação truculenta não intimidou os trabalhadores da Universidade que realizaram uma assembleia em frente à reitoria e decidiram manter o movimento paredista. Nesta quinta-feira (21), o Fórum das Seis (entidade que reúne representações de trabalhadores das seis universidades de São Paulo) irá se reunir para avaliar a situação.

De acordo com a representação da Fasubra, a greve ultrapassou as questões de ordem financeira, já que além do corte de ponto, da judicialização da greve e do reajuste zero, a intenção da reitoria é implementar um Plano de Demissão Voluntária para diminuir em 2500, o quantitativo de trabalhadores, reduzir a jornada de trabalho e também os salários, privatizar o Hospital Universitário (para que o Governo do Estado de São Paulo possa transformá-lo em OS) e devolver os prédios da USP.

A manifestação objetivou protestar contra o corte no pagamento dos funcionários, que já estão há mais de um mês sem salário. Segundo o Sintusp, cerca de 80% trabalhadores da USP em todo o Estado estão parados. Eles reivindicam reajuste salarial, o fim da suspensão de 35% no corte na verba destinada ao ensino e à pesquisa e a contratação de professores e funcionários.

Além disso, os trabalhadores são contra a transferência dos Hospitais Universitários da instituição para a Secretaria Estadual de Saúde, por entenderem que é uma forma de sucatear a universidade para, posteriormente, forçar a privatização do Hospital.

A Plenária Nacional Estatutária da Fasubra Sindical aprovou total apoio aos trabalhadores das universidades paulistas, inclusive participando da campanha de solidariedade que visa ajudar financeiramente os trabalhadores que tiveram o corte dos salários.

Fonte: Fasubra