Assembleia na UFBA define calendário de atividades da greve
Em assembleia bastante representativa nesta quinta-feira (28/5), na Escola Politécnica, Federação, os trabalhadores técnico-administrativos da Universidade Federal da Bahia (UFBA) iniciaram a greve da categoria e aprovaram, por ampla maioria, as atividades a serem realizadas nos próximos dias.
O encontro contou com representantes das universidades federais do Recôncavo da Bahia (UFRB) e do Sul da Bahia (UFSB), além do presidente da CTB-BA, Aurino Pedreira, que conclamou os presentes a participarem do Dia Nacional de Paralisação, que acontece nesta sexta (29), a partir das 14h, em frente ao Shopping da Bahia (antigo Iguatemi). O ato tem o objetivo de lutar contra o PL 4330 (Terceirização) e defender os direitos dos trabalhadores.
De acordo com o calendário aprovado, na segunda-feira (1º/6), acontece visita às unidades da universidade para mobilizar a categoria. Nos dias 2 e 3/6, o comando local de greve irá se reunir para definir os rumos do movimento no Estado. A intenção é realizar um encontro do comando de greve com a presença de representantes da UFBA, Unilab, UFRB, UFOB e UFSB.
Já no dia 11/6, às 9h, na Escola Politécnica, uma nova assembleia dos servidores será realizada para avaliar a greve, que foi orientada pela Fasubra Sindical. Outra atividade importante acontece no dia 16 próximo, quando o ministro da Educação, Renato Janine, estará em Salvador para participar de um debate na Reitoria da UFBA.
Na ocasião, os representantes da Assufba e da APUB terão audiência com o ministro e entregarão um documento com as reivindicações dos trabalhadores. “Precisamos mobilizar todos os técnicos e traremos representantes de todas as cinco universidades federais que representamos. Esse será um momento decisivo para nossa greve”, avalia o coordenador Geral da Assufba, Renato Jorge.
Conjuntura
A assembleia teve início com a apresentação da conjuntura atual da categoria, quando Renato Jorge falou para os presentes sobre a realização de diversas assembleias na Bahia para votar a greve, culminando com a participação dos delegados baianos na plenária nacional da Fasubra, realizada em 23 e 24/5, que contou com a presença de 177 representantes de 40 universidades federais. O encontro aprovou a greve nacional da categoria com 175 votos a favor e duas abstenções.
Coordenadora Geral da Assufba, Aida Maia apresentou a situação do movimento na UFRB. Segundo ela, a greve começou a ser trabalhada desde março e os técnicos da universidade tem participado ativamente dos encontros promovidos. No último dia 25, os técnicos entregaram o documento informando a greve ao Reitorado. Já na segunda-feira (1º), às 9h, acontece a instalação do comando de greve na UFRB.
Já o técnico-administrativo da UFSB, Simon Delabie, informou que essa é a primeira greve na instituição e que todo apoio da Assufba será fundamental. Renato Jorge conclamou a categoria para ajudar os trabalhadores das universidades novas e fortalecer o movimento no interior do Estado.
Construção da greve
Renato falou sobre o encontro com o reitor da UFBA, João Carlos Salles, realizado na terça-feira (26) para tratar da questão dos hospitais. Na ocasião, o reitor declarou que entende a importância da greve da categoria e que estará aberto ao diálogo.
Já o comando local, em reunião na quarta (27), chegou à conclusão de que essa não será uma greve fácil por conta da situação financeira e da crise política no país. Além disso, ficou definido que serão realizados encontros para promover discussões importantes para a categoria.
“Temos uma questão prioritária que é os Turnos Contínuos. Vamos debater esse tema, tratar da Comissão de Ajuste de Jornada, algo que é muito importante para nós. O segundo debate será sobre a Qualificação e Capacitação dos servidores técnico-administrativos”, declarou Renato Jorge.
Contribuições
Para o técnico José de Deus, a realização de seminários nesse momento será de grande valia e é preciso mobilizar os trabalhadores de todas as unidades, pois muitos não participam dos atos da greve. Segundo Fernando Santana, a parte mais importante do movimento deve ser a valorização dos servidores. “A universidade não nos coloca no centro das discussões. Precisamos lutar por isso”, disse.
O coordenador da Assufba, Euler Moraes, afirmou que “essa greve é marcada por uma conjuntura nacional muito diferente da anterior. Precisamos colocar para a sociedade que o serviço público precisa ser valorizado, então é necessário dar condições para os trabalhadores exercerem suas atividades.”
Processos Jurídicos
Sobre os 28.86%, Renato Jorge estão sendo tratadas as sobras do processo. “Cobramos da AGU e eles enviaram documento que fala da proposta de parâmetros do acordo UFBA/Assufba. Só que precisamos contratar um escritório para fazer os cálculos de cada pessoa.” A assembleia aprovou um valor para pagar os cálculos do processo.
Já sobre o Vale-Alimentação, o coordenador informou que o processo está na fase de execução.
Fotos: Foco Filmes