Estudo releva disparidades raciais no serviço público

Um estudo da ONG República.org revelou que a desigualdade racial persiste no serviço público brasileiro, com impactos significativos nas oportunidades e remuneração dos negros. No Brasil, onde os negros representam 56% da população, apenas 35,09% dos servidores públicos ativos no executivo federal são negros. A disparidade se acentua nos cargos de liderança, onde apenas 14,58% são ocupados por negros.

A complexidade dos concursos e os custos associados à preparação são citados como fatores que prejudicam a representatividade negra nas carreiras públicas. Além disto, as mulheres negras enfrentam uma disparidade ainda maior, com salários 33% menores do que os homens brancos em cargos equivalentes.

A Lei de Cotas (Lei 12.990/2014) reservou 20% das vagas em concursos públicos da União para pretos e pardos, resultando em um aumento nas admissões de negros no serviço público. No entanto, a redução na quantidade de concursos públicos nos últimos anos prejudicou seus efeitos.

Para combater esta desigualdade, o governo assinou um decreto que reserva 30% dos cargos de confiança na administração direta para pessoas negras, contribuindo para uma maior igualdade de oportunidades. A manutenção das cotas nos concursos e o apoio financeiro à preparação de candidatos negros são outras sugestões para acelerar a redução da desigualdade racial no serviço público.