Movimentos Negros protestam no 13 de maio

“Nem bala, nem fome e nem Covid. Queremos viver!”. Este foi o grito ecoado no Centro de Salvador durante manifestação da Coalizão Negra por Direitos, que congrega diversos movimentos de negritude brasileiros. O ato aconteceu na praça da Piedade, em frente à sede da Policia Civil da Bahia, no dia 13 de maio, data que marca a abolição formal da escravidão no país.
A ASSUFBA também participou da atividade. Os manifestantes ergueram faixas e gritaram palavras de ordem, relembrando episódios, como a morte dos primos Yan e Bruno, após um furto ao Atakarejo, no bairro do Nordeste de Amaralina, em Salvador. É de extrema importância que o poder público atue para o enfrentamento da violência, que amplia ainda mais o processo de genocídio do povo negro.

A Coalização marcou manifestações em todo o país pelo fim do genocídio negro, das operações policiais assassinas, das chacinas de todo dia. Os atos também reivindicaram auxílio emergencial de R$ 600,00 até o fim da pandemia, o direito da população negra à vacina contra a Covid-19 pelo SUS e o Fora Bolsonaro.
Estudo publicado no Jornal Britânico de Medicina (BMJ, na sigla em inglês), revela que priorizar a vacinação de pobres e negros contra o coronavírus tem maior potencial para salvar vidas, já que há mais risco dessas populações em apresentar quadros graves e mortes por infecção da doença.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), negros – pretos e pardos morrem mais do que brancos em decorrência da Covid-19 no Brasil. Enquanto 55% de negros morreram pelo coronavírus, a proporção entre brancos foi de 38%.
É a população negra também quem mais sente os efeitos da pandemia no bolso e na mesa. A fome aumentou consideravelmente e a taxa de desemprego entre os que se declararam brancos (10,2%) foi inferior à média nacional (12,7%) no primeiro trimestre deste ano. Já entre pretos (16%) e pardos (14,5%) ficaram acima.
O fechamento de fábricas no Brasil também ajuda a agravar o cenário. Em Camaçari, na Bahia, por exemplo, a Ford encerrou as atividades. Mais uma vez, os negros foram os mais atingidos, uma vez que compõem a maioria do quadro de pessoal, inclusive das empresas terceirizadas que prestam serviços para a montadora e carro.
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