Representações e reitor se reúnem para tratar da situação da UFBA

Encontro reuniu representantes da Assufba, APUB e DCE da universidade

Encontro reuniu representantes da Assufba, APUB e DCE da universidade

Na manhã da terça-feira (14/4), representantes da Assufba, APUB e do DCE participaram de reunião com o reitor João Carlos Salles, o vice-reitor Paulo Miguez e a pro-reitora de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil, Cássia Virgínia Maciel, para tratar da situação da universidade, que passa por diversas dificuldades por conta do corte de R$ 30 milhões no orçamento anual. A audiência aconteceu na Reitora, Canela.

Presente no encontro, o coordenador Geral da Assufba, Renato Jorge, declarou que a situação pede que as entidades representativas da universidade se unam para traçar ações para, ao menos, tentar minimizar os efeitos da crise. Na ocasião, os presentes informaram, ainda, sobre a adesão nesta quarta-feira (15/4), no Dia Nacional de Paralisação, quando trabalhadores de todo o país vão às ruas contra o PL 4330, que libera a terceirização.

“Não me recordo de nenhum momento em que fosse tão importante a união das entidades dentro da UFBA. Devemos utilizar essa situação para tratarmos também de assuntos de grande importância como a questão da terceirização, da reforma política, da redução da maioridade penal. Essa é oportunidades de criarmos uma agenda nesse sentido e provocarmos a Reitoria para abrir as portas e trazer esses debates para dentro da UFBA”, avaliou Renato.

Presidente da APUB, Cláudia Miranda disse que as entidades da universidade já realizaram duas reuniões por causa da necessidade de promover uma articulação para entender a dimensão da crise. Já a estudante e integrante do DCE, Lorena Pacheco, declarou que os trabalhadores estão tendo seus direitos cerceados e, atualmente, o país conta com um Congresso extremamente conservador e que tem trazido grandes prejuízos para a classe trabalhadora.

Avanço das forças conservadoras

Após as falas das entidades, o reitor João Carlos Salles parabenizou a iniciativa da comunidade acadêmica. “Essa ideia de fazer uma audiência conjunta foi ótima. Nós já havíamos nos reunido separadamente com cada uma das representações presentes. Aqui, podemos passar mais informações e tratar da situação da UFBA”, afirmou

Segundo ele, é evidente o avanço das forças conservadoras e reacionárias em todos os setores do país. Inclusive, pautas antes que nem chegavam aos plenários das Casas Parlamentares hoje são votadas e aprovadas com certa facilidade. Além disso, Salles informou que pretende promover debates sobre esses temas e convida todas as forças politicas da UFBA a participarem dessa construção.

Situação financeira

Salles rememorou a carta enviada à comunidade acadêmica sobre a situação financeira da universidade e disse que a mobilização das três categorias é fundamental. “Nós fizemos um esclarecimento objetivo, onde tentamos explicar tudo deforma bastante clara. Informamos sobre o déficit de R$ 25 milhões, o corte feito pelo governo federal e como isso impacta dentro da UFBA.”

De acordo com o reitor, o novo ministro do MEC, Renato Janine, afirmo que projetos precisão ser adiados, mas não haverá alteração nas ações estruturantes (educação básica). “Até o momento não há clareza da dimensão do corte. Teremos um posicionamento mais claro no dia 20 deste mês.”

Mas, a situação da UFBA é crítica e mais delicada do que a das outras universidades federais brasileiras. “Nossa situação é delicada. Além do déficit, nossos contratos estão dimensionados com o orçamento inicial. Estamos em uma situação de asfixia.”

Números

O vice-reitor Paulo Miguez disse que, primeiramente, é necessário conhecer os números da universidade para ter entendimento do que está acontecendo. “O custo mensal da universidade é de R$ 9 milhões, mas o orçamento agora é de R$ 6 milhões. Atualmente, a UFBA não tem margem de manobra”.

Miguez relatou que a universidade tem sofrido ameaças de corte de energia e de água, além do atrasado no pagamento de fornecedores. “Estaremos muito felizes se ao final de 2015 conseguirmos diminuir o déficit, pois liquidar não é possível. Os próximos dois anos serão difíceis”, finalizou.

Fotos: Foco Filmes