Em manhã produtiva, servidores debatem assédio moral e aprovam paralisação no dia 26

Durante a manhã desta quinta-feira (19/09), os servidores participaram de um importante debate, promovido pela ASSUFBA, no auditório da entidade, sobre assédio moral. A atividade foi transmitida ao vivo pelo Facebook do Sindicato. A Professora Doutora Salete Maria da Silva explicou que no serviço público a prática é ainda mais perversa do que na inciativa privada. Isso porque, segunda ela, no ambiente laboral vai haver o assediador, que além do cúmplice, vai ter a estabilidade.

A professora alertou ainda que o poder hierárquico não pode significar abuso de poder. Ela focou a palestra no assédio moral dentro das universidades. “Nós estamos falando de violência no mundo do trabalho,  que se manifesta de múltiplas formas. É  assédio moral na relação universitária, que é um reflexo do assédio que acontece em outras instâncias”. 

Salete Maria da Silva falou sobre violência psicológica, “que se desenvolve nas diversas relações sociais, sendo mais intensa no âmbito laboral. Reflete a cultura de domínio-submissão, capital x força de trabalho, típica do capitalismo em sua fase neoliberal e globalizante”. 

Para exemplificar, ela citou dados de pesquisa feita pelo site Vagas.com, que retratam a gravidade da prática. Segundo o levantamento:

54,4% dos assediados são mulheres;

45,6% são homens;

39,6% alegam que isto afetou gravemente sua saúde;

33,5%  já presenciaram atos de assédio contra colegas;

60% já prestaram algum tipo de apoio à vítima;

30,9% se omitiram por medo ou violência 

 

No ambiente de trabalho, existem tipos diferentes de assédio moral:

Vertical descendente: do chefe ou superior hierárquico contra o empregado

Vertical ascendente: dos subordinados contra a pessoa que chefia 

Horizontal/paritário: entre colegas

Misto: começa com o chefe e os colegas reproduzem 

 

Em muitos casos, o assédio moral desencadeia doenças psíquicas. Muitos assediados sofrem calados. A professora Salete chamou atenção para a importância de denunciar. Em 10 anos, o Ministério do Trabalho recebeu 500 mil denúncias. Só neste ano, foram 15 mil. Também em 2019, já são 85.550 ações impetradas e 3 mil Termos de Ajustamento de Conduta. 

Apesar de existirem leis estaduais e municipais que, dentro da administração pública coíbem essa prática, não há legislação que a criminalize. Em nível federal, há projetos de lei desde 2001. O PL 4742/2001 tramita há 18 anos e foi aprovado na Câmara Federal recentemente.

Diante dos dados expostos e do rico debate feito com os servidores, a professora Salete Maria afirmou ser necessário resistir coletivamente e um maior protagonismo das universidades para prevenção do assédio moral.

A ASSUFBA já possui uma cartilha de assédio moral, que será atualizada, e vai lançar uma campanha para coibir os assédios moral e sexual e todas as formas de preconceitos. 

Greve da Educação

Em assembleia, os servidores aprovaram, por unanimidade, adesão ao Dia de Paralisação, em 26 de setembro, contra o Future-se. Na data, técnicos, professores, estudantes e trabalhadores da vigilância e limpeza da UFBA realizam atividades dentro de uma programação conjunta.

Os trabalhadores também aprovaram, por esmagadora maioria, adesão à Greve Nacional do Setor da Educação de 48 horas, nos dias 2 e 3 de outubro, conforme orientado pela FASUBRA. 

Também por esmagadora maioria, a categoria decidiu por não aderir à proposta da Federação de construção da greve por tempo indeterminado. 

Confira calendário:

26 de setembro

7h – Café da manhã da comunidade UFBA

9h – Plenária Unificada 

Praça das Artes – campus Ondina 

12h30 – Almoço da comunidade UFBA

14h30 – Ato político-cultural

 

2 e 3 de outubro

Greve Nacional da Educação 

 

Durante a assembleia, também foram passados os informes da Plenária Nacional da FASUBRA, ocorrida no último fim de semana, em Brasília. 

 

Respeito à consulta do Hupes

A assembleia aprovou, por esmagadora maioria, o posicionamento de cobrar o respeito ao processo de consulta à comunidade do COM-Hupes, para diretor e vice-diretor do hospital, ocorrido entre 24 de outubro de 2018 e 25 de março de 2019. O pleito contou com 483 votos válidos dos TAEs; 183 votos válidos dos docentes; e 657 votos válidos dos estudantes. A chapa composta pelo Professor Doutor Antônio Carlos Moreira Lemos e a enfermeira Valdira Gonzaga Rodrigues foi a vencedora.

No entanto, o pleito foi judicializado, impossibilitando a nomeação dos eleitos. A Seção Sindical do COM-Hupes pede, portanto, respeito ao processo democrático de consulta interna e nomeação imediata da diretoria eleita do Complexo Hospitalar Professor Edgar Santos.