Os militares sequestraram e mataram a população e a democracia: 61 anos do golpe

No dia 1º de abril de 1964, o Brasil foi submetido a um golpe de Estado que consolidou uma ditadura empresarial-militar, patrocinada pelo imperialismo estadunidense e pela burguesia nacional.

A ofensiva reacionária, que depôs o presidente João Goulart, contou com a participação ativa dos EUA, que financiaram opositores, forneceram suporte logístico e, como mostram documentos históricos, mantiveram tropas e frotas navais prontas para intervir diretamente, caso o golpe encontrasse resistência maior.

O regime que instaurou mergulhou o país em 21 anos de autoritarismo, repressão e terrorismo de Estado. Foram 434 mortos e desaparecidos oficialmente reconhecidos, além de cerca de 20 mil torturados.

A brutalidade do regime não poupou operários, camponeses, estudantes e militantes revolucionários, que ousaram desafiar a máquina repressiva do Estado.

A luta revolucionária se espalhou pelo país e teve em figuras como Carlos Lamarca, ex-capitão do Exercito. Ele, em 1969, deixou o 4º Regimento de Infantaria de Quitaúna, em Osasco, São Paulo, a bordo de uma kombi levando 63 fuzis FAL, 10 submetralhadoras INA e munição para alimentar a luta armada contra a ditadura.

Enquanto isso, o proletariado urbano também se organizava em meio à repressão. No seio da UFBA, nasceu o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Universidades Públicas Federais no Estado da Bahia, ASSUFBA, em 1980, ainda sob o jugo da ditadura.

Criada para lutar pelos direitos dos técnicos-administrativos, a entidade enfrentou o autoritarismo, participando de greves e enfrentando os interventores do regime que nomeavam dirigentes alinhados com a ditadura.

Não pode ser esquecido

Na madrugada de 1º de abril de 1964, com o golpe militar em andamento no Brasil, o deputado federal Rubens Paiva fez um discurso ao vivo, pela Rádio Nacional, condenando o movimento golpista e defendendo a legalidade do mandato do presidente João Goulart.

“Está lançada inteiramente para todo o país o desafio: de um lado, a maioria do povo brasileiro desejando as reformas e desejando que a riqueza se distribua, os outros são os golpistas que devem ser repelidos e desta vez, definitivamente para que o nosso país veja realmente o momento da sua libertação raiar”, afirmou Rubens Paiva.