Desempenho das universidades brasileiras no ranking internacional causa preocupação, segundo dados do CWUR

O orçamento do Ministério da Educação (MEC) tem sofrido cortes sucessivos nos últimos anos. Durante os governos neoliberais de Temer e Bolsonaro a situação se agravou. A recomposição, portanto, tem sido um desafio para o governo federal. Com investimentos reduzidos, as universidades e os institutos federais têm sofrido. Entre as consequências, bloqueios de verbas de custeio, de assistência estudantil e de pesquisa, que refletem na qualidade do ensino e principalmente, a permanência dos estudantes dentre desses espaços.

O Centro para Rankings Universitários Mundiais (CWUR em inglês) apresentou a classificação de 21.462 universidades listadas de 94 países. Os dados apontam que das 53 universidades brasileiras, 46 caíram na sua classificação em comparação com os números de 2024. Os elementos analisados na pesquisa são: educação, empregabilidade, qualidade do corpo docente e pesquisa.

A melhor universidade do Brasil e da América Latina continua sendo a Universidade de São Paulo (USP) ocupando o 118º lugar no ranking geral. Em 2024, figurava na 117ª posição, sofrendo uma queda na edição deste ano. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) encontra-se na segunda colocação dentre as universidades brasileiras e a 331ª no ranking geral e o terceiro lugar ficou com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que está em 369ª na classificação geral.

Após a publicação dos dados o presidente do CWUR, Nadim Mahassen, fez uma reflexão sobre os resultados do Brasil. “Com 53 universidades no ranking, o Brasil está bem representado entre as melhores universidades do mundo. No entanto, o que é alarmante é a queda das instituições acadêmicas devido ao enfraquecimento do desempenho em pesquisa e ao limitado apoio financeiro do governo […] enquanto vários países estão colocando o desenvolvimento da educação e da ciência no topo de suas agendas, o Brasil está lutando para acompanhar o ritmo. Sem financiamento mais forte e planejamento estratégico, o país corre o risco de ficar ainda mais para trás no cenário acadêmico global em rápida evolução”, fala. (Fonte: https://vermelho.org.br/)

A ASSUFBA, há anos, atua incansavelmente na resistência aos governos neoliberais, desempenhando um papel fundamental no processo de recomposição dos orçamentos das universidades e institutos federais. Por meio da articulação sindical, a entidade tem pressionado a gestão governamental e os parlamentares para garantir a retomada dos investimentos públicos na educação, com foco na manutenção da qualidade do ensino superior e a valorização dos(as) trabalhadores(as) técnico(a)-administrativos(as). 

A relevância da atuação dos(as) servidores(as) e dos(as) estudantes frente aos cortes universitários consecutivos ficou ainda mais evidente depois do desfecho em relação ao corte de R$340 milhões que foi revertido numa recomposição de R$400 milhões. O movimento estudantil atua como um instrumento de resistência democrática e fundamental para dar visibilidade pública aos efeitos dos cortes – atraso no pagamento de bolsa de permanência estudantil, suspensão de projetos acadêmicos, dentre outras situações.

Os sucessivos cortes podem ter impactado diretamente na classificação das universidades brasileiras, não apenas neste ano, mas, também nos anteriores. Afinal, a redução dos investimentos no ensino superior é um problema recorrente e preocupante. Esse cenário compromete o funcionamento das universidades e instituições e gera efeitos negativos na qualidade do ensino, pesquisa e extensão.

Mundo 

No cenário mundial, a Universidade de Harvard (EUA) se mantém na liderança há mais de 10 anos de pesquisa, apesar dos ataques feitos pelo atual presidente dos EUA, Donald Trump. No ranking geral, as dez primeiras posições são ocupadas por universidades dos Estados Unidos e do Reino Unido, como por exemplo, a segunda posição é o Instituto de Tecnologia de Massachusett (EUA), o terceiro é a Universidade de Stanford (EUA) e a quarta posição é ocupada pela Universidade de Cambridge (Reino Unido). Somente na 13ª posição que aparece a Universidade de Tóquio, do Japão.

O ranking completo pode ser acessado através do: https://cwur.org/2025.php