Cerca de 2,28 milhões de crianças estão fora das creches no Brasil

O movimento Todos Pela Educação divulgou nesta segunda-feira (11/08) um panorama sobre a educação infantil no Brasil, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) e do Censo Escolar. O estudo aponta que o país avançou no acesso à creche e à pré-escola, mas ainda em ritmo insuficiente para alcançar as metas previstas no PNE (Plano Nacional de Educação).

Segundo o levantamento, 41,2% das crianças de 0 a 3 anos frequentam a creche, número ainda em crescimento e se distanciando da meta de 50%. Além disto, 19,7% das famílias relatam dificuldades de acesso a este serviço, o que representa 2,28 milhões de crianças fora das creches. Entre os principais motivos estão: falta de vagas, distância entre a casa e a unidade de ensino e a não obrigatoriedade da matrícula para crianças desta faixa etária.

O diretor de Políticas Públicas do Todos, Gabriel Correa, afirma que “o que vem acontecendo no Brasil, e os dados mostram isso, é que o atendimento tem se expandido de forma muito mais rápida para as famílias mais ricas. Essas famílias conseguem pagar uma escola particular ou estão em regiões das grandes cidades onde é mais fácil essa expansão do acesso.”

A falta de acesso à creche impacta diretamente a vida das famílias, dificultando, por exemplo, o retorno dos pais, especialmente das mães, ao mercado de trabalho. Os estados com os maiores índices de crianças com dificuldade de acesso são Minas Gerais (247 mil), Bahia (220,5 mil) e São Paulo (210,9 mil). 

Diante desse cenário, no dia 05 de agosto, o Presidente Lula assinou o decreto para criação da Política Nacional Integrada para a Primeira Infância (PNIPI). A iniciativa estima a incorporação de diferentes setores do governo para reunir informações das crianças de 0 a 6 anos, a coordenação está sendo feita pelo Ministério da Educação (MEC). 

 

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