Irreverência marca ato dos Servidores Técnico-administrativos no 7 de Setembro

Mais uma vez, a praça pública foi palco da mobilização popular. Foi em plena Praça da Piedade, no centro de Salvador, durante a data cívica do 7 de Setembro, que os servidores técnico administrativos da UFBA, em greve há três meses fizeram seu protesto irreverente contra o Projeto de Lei 1749/11, que cria uma empresa privada para gerir as unidades universitárias.

A manifestação na Piedade, organizada pela ASSUFBA Sindicato, chamou a atenção da população para a situação dos Hospitais das Clínicas e Maternidade Climério de Oliveira, unidades administradas pela UFBA, que tem a autonomia de gestão, mas que pode perder caso o PL 1749 seja aprovado.

Foto: Américo B. Barros

Durante o ato na praça foi distribuída uma carta aberta à população alertando para a tentativa de privatização dos hospitais universitários(HUs), que prestam assistência de qualidade a população carente, além de desenvolver atividades de pesquisa e extensão.

A categoria coletou também assinaturas para um abaixo assinado contra o PL. “Esse projeto cria a EBSERH(Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), de cunho privado para gerir os hospitais universitários”, alertou Renato Jorge Pinto, coordenador geral da ASSUFBA Sindicato, que disse ainda que a medida representa um “atentado” à Saúde e Educação.

Para a deputada federal Alice Portugal, presente na manifestação, a MP 520 foi derrotada e o governo reeditou a MP entrando com esse PL que tem o mesmo conteúdo. “Esse projeto quebra a relação universitária dos hospitais, representa insegurança jurídica para os servidores. Votarei contra por entender que é uma matéria nociva à autonomia universitária. Estarei a postos no dia 13. Toda a mobilização será necessária para combater e derrubar esse projeto”.

Foto: Américo B. Barros

Hospitais Universitários

“A Climério de Oliveira foi a primeira maternidade do país. São 100 anos de história”, enfatizou Antônio Valter Almeida Silva, servidor da unidade e coordenador Financeiro da ASSUFBA. Já para o coordenador de Comunicação da ASSUFBA, Valmiro dos Santos, o Hospital das Clínicas é um hospital escola que atende casos de alta complexidade, com a realização de transplante de medula, por exemplo. “Uma unidade com 60 anos de trajetória, que também atende à toda população baiana com urgência e emergência. Não podemos deixar que sejam privatizados”, conclui.

A manifestação contou com faixas, cartazes, recital de poesias e uma banda de percussão. Tudo para mostrar toda a luta da categoria em defesa dos hospitais.

Para a estudante Cleide Marques, unidades públicas universitárias não poderiam ser privatizadas. “Isso vai representar o sucateamento delas”.

“Isso é um absurdo. A privatização vai precarizar os serviços”, ressalta a contadora Lúcia Aragão. “Essas unidades são referência no ensino. Não podemos deixar que isso aconteça”, diz Osanar dos Reis Silva, servidor público da Escola Politécnica da UFBA.

“Por este motivo, resolvemos trazer para a praça a nossa luta. Para que a população entenda porque estamos fazendo este protesto. A votação do projeto será no dia 13”, finalizou o coordenador geral da ASSUFBA, Renato Jorge Pinto.

07/09/2011

Ascom ASSUFBA Sindicato