Resistência: centrais sindicais lançam campanha em defesa da aposentadoria

Nesta segunda-feira (12/11), representantes das principais centrais sindicais do país fizeram parte de uma mesa para uma plenária com mais de 300 sindicalistas na sede do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em São Paulo. No evento, foi realizado o lançamento da Campanha Permanente em Defesa da Previdência Pública e Seguridade Social.

O governo Bolsonaro, eleito nas eleições de 2018, propõe a capitalização da previdência como solução mais acertada para o fator previdenciário no Brasil. Essa decisão também foi tomada pelo ditador chileno Pinochet nos anos 70, o que resultou no empobrecimento da atual população idosa que recebe cerca de 1/3 salário mínimo do país.

Na plenária, o sindicalista chileno Mario Villanueva, dirigente da Confederação dos Profissionais da Saúde do Chile, trouxe um estudo sobre a Previdência Social no país e o impacto negativo do regime de capitalização na vida da classe trabalhadora.

O Dieese irá disponibilizar o estudo completo de Mario Villanueva em português em breve. O portal da CTB também divulgará.

Villanueva participa de uma frente por um movimento de aposentadoria digna no Chile e a sugestão do movimento às entidades representativas do país é semelhante ao atual modelo brasileiro.

O movimento chileno pede que se prove um projeto de lei baseado em um sistema solidário de contribuição, com aportes tripartites (cidadão, empregador e governo) e um fundo de reserva técnica.

“No sistema de capitalização da previdência, só quem capitaliza é o banqueiro”, afirmou o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, em sua intervenção durante a plenária. “Seria trágico fazer a opção pelo modelo de capitalização. Você deposita uma vida, mas não vai conseguir recuperar o que investiu”.

No debate, sindicalistas colocaram que a interrupção da Reforma da Previdência foi uma das poucas batalhas vencidas nos últimos tempos pelos trabalhadores com apoio da sociedade.

A plenária encaminhou uma agenda de mobilizações para o mês de novembro. Ficou definido a execução de ato nacional em defesa da Previdência pública e universal panfletagens no dia 22 de novembro e um dia de manifestações pela previdência e contra o fim do Ministério do Trabalho em frente às Superintendências Regionais do Trabalho em todo o país no dia 26.  

Datas:

22/11 – ato nos estados e municípios com panfletagens em defesa da Previdência Social

26/11 – manifestações em frente às Superintendências Regionais em defesa da Previdência e contra a extinção do Ministério do Trabalho