Com o avanço da pandemia, a desigualdade e a pobreza só tendem a crescer

A OIT divulgou, nesta segunda-feira (17/01), relatório que mostra uma mudança estrutural no mercado de trabalho e a tendência de crescimento da pobreza e da desigualdade durante a pandemia de Covid-19. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, os índices devem retornar aos níveis anteriores à crise e o caminho para recuperação é lento e incerto.

Para a OIT, para haver recuperação é necessário que o grau de contenção do vírus tenha melhorado. Com a nova variante, todas as regiões do mundo estão em estado de alerta. Mas, na América Latina e o Caribe, a situação é ainda mais preocupante. E o mercado de trabalho sente os reflexos.
A estimativa da OIT é de 207 milhões de desempregados neste ano. Um pouco abaixo de 2021 (214 milhões), mas bem superior ao período pré-crise, em 2019 (186 milhões). A taxa média de desemprego ficaria em 5,9%, ante 6,2% e 5,4%, respectivamente.

No Brasil, o desemprego já atinge em torno de 14 milhões de pessoas. Com a queda na oferta de emprego formal, a tendência é de crescimento da informalidade. Para se ter ideia, a taxa de desemprego brasileira é duas vezes maior do que a média mundial, chegando a 12,1%.

Infelizmente, a pandemia empurrou milhões de pessoas à pobreza. As estimativas recentes sugerem que, em 2020, mais 30 milhões de adultos foram à pobreza extrema, isso quer dizer que viveram cm menos de US$ 1,90 dólar por dia, sem trabalho remunerado.

Para a OIT, não pode haver plena recuperação da pandemia sem restabelecimento do mercado de trabalho. Para ser sustentável, deve basear-se nos princípios de trabalho decente, com inclusão de saúde e seguridade, proteção social e diálogo social.